O Centro de Arte e Cultura da Fundação Eugénio de Almeida apresenta o programa Dias Ibero-Americanos, com destaque para concertos e sessões de cinema com entrada livre, que decorre entre setembro e novembro, em Évora.
A exposição Do outro lado – a Coleção Ibero-Americana do MEIAC, que ali pode ser visitada, é o pretexto para um encontro com a cultura e algumas das vozes da Ibero-América que hoje a protagonizam.
O primeiro evento acontece já no próximo dia 22 de setembro, às 18h30, e trata-se de um concerto ao ar livre, no Jardim Tardoz, em jeito de despedida do verão, de Frediel, um beatmaker, autor e compositor espanhol que cruza os ritmos latinos com a estética musical do reggaeton, num espetáculo de sonoridades intensas em que a palavra poética assume um papel central.
Já no dia 29, pelas 18h30, no mesmo espaço exterior, vai ser possível assistir ao concerto do cantautor argentino Pablo Vidal, a residir em Évora há duas décadas, que promete “partilhar experiências transfronteiriças em torno da música e romper muitos arquétipos”. Em palco, o encontro da Viola Campaniça com o Charango – pequeno instrumento de cordas Sul-Americano –, e do Tango com o Reggae vai procurar “quebrar barreiras idiomáticas, estéticas, culturais”, e proporcionar momentos de reflexão e diversão aos espectadores. As composições do artista, plenas de originalidade e humor, são histórias breves que falam de amor, desejo, dúvidas existenciais, vivências do outro lado do mar e saudades da terra; por elas passa também a crítica social, tudo sob o manto da boa poesia.
Em outubro, no dia 20, às 18h00, terá lugar um Encontro com Renata Bueno, artista plástica brasileira que escolheu Montemor-O-Novo para viver e trabalhar e que, nesta conversa, irá dar a conhecer os caminhos da sua produção artística e do seu trabalho criativo. Renata Bueno já participou em exposições coletivas e individuais em galerias de São Paulo, na Pinacoteca do Estado – um dos mais importantes museus de arte do Brasil –, na FUNARTE, também em São Paulo, e no XIV Salon de l’Éphémere em Fontenay-sous-Bois, em França, entre outros locais. Publicou, como autora e ilustradora, livros para crianças nas principais editoras brasileiras, tais como ‘Monstros Urbanos’ e ‘O Que é a Liberdade?’, pelos quais recebeu o Prémio Jabuti, em 2013, e foi selecionada, em 2014, para a bienal de ilustração Ilustrarte, em Lisboa.
O cinema vai também marcar presença neste programa, através da exibição de dois filmes do realizador chileno Cristián Jiménez. Ilusiones Ópticas (2009) é o primeiro filme que pode ser visto, no dia 27 de outubro, às 18h00. Trata-se de uma comédia que conta, com ironia e humor negro, três histórias que se juntam: o segurança de um centro comercial que se apaixona por uma ladra elegante; um funcionário público competente que é enviado pela sua empresa para uma ação de formação para o desemprego; e um esquiador cego que recupera a visão e que fica apavorado com a cidade. Premiado no Festival Latino-Americano de Toulouse (2008) e nos festivais de cinema internacional de Bratislava (2009) e Tóquio (2009), este filme incide sobre o mecanismo da visão, tanto humana como cinematográfica, e no ato de ver entendido como um fenómeno físico e, ao mesmo tempo, como espaço para a mentira e para a ilusão.
O segundo filme – e último evento deste programa – será exibido no dia 10 de novembro, às 18h00. Bonsái (2011), baseado na novela homónima do escritor chileno Alejandro Zambra, é um filme nostálgico e tocante que celebra a literatura e o amor – o primeiro amor – evocando a experiência de um jovem com as mulheres e os livros, contada em dois períodos diferentes da sua vida. Recebeu, entre outros, o Prémio Fipresci para Melhor Filme no Festival de Havana, em 2011, e o Prémio para Melhor Filme Ibero-Americano no Festival de Cinema de Miami, em 2012.
Fonte: Nota de Imprensa / Fundação Eugénio de Almeida