Recentemente, surgiram nos órgãos de comunicação social algumas notícias que lançaram dúvidas sobre a constituição da associação gestora da Capital Europeia da Cultura Évora 2027. Essas preocupações foram expressas por parte de programadores e comissários de Capitais Europeias da Cultura, mas também pelo presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá.
Perante esse cenário, a Direção da referida entidade realizou, na passada quinta-feira, uma conferência de imprensa, em que proferiu “uma tomada de posição pública clarificadora” a esse respeito.
A sessão contou com a presença da presidente da Direção da Évora2027, Maria do Céu Ramos; o diretor Financeiro, António Costa da Silva; e o diretor de Comunicação e Alcance, Bruno Fraga Braz.

Durante a conferência, Maria do Céu Ramos, em nome de toda a Direção, esclareceu que “face às notícias veiculadas pela comunicação social cujo conteúdo põe em causa a credibilidade de Évora_27 Capital Europeia da Cultura e por entender que estas afetam as condições para uma correta e eficaz gestão da iniciativa, a Direção da Associação Évora2027 considera ser necessária uma tomada de posição pública clarificadora”.
Acrescentou que “é necessário que as manipulações e as suspeições que se levantam segundo agendas próprias, pondo em causa Évora2027, sejam esclarecidas dentro do espírito democrático”.
Para os mesmos responsáveis, “é necessário restabelecer urgentemente a confiança dos eborenses, dos alentejanos e dos portugueses, bem como das instâncias europeias em torno de Évora27 e criar um ambiente de tranquilidade indispensável para o seu desenvolvimento”.

Maria do Céu Ramos garantiu ainda que “a Direção da Associação Évora2027 considera que a legalidade e a legitimidade do seu mandato são inquestionáveis”, recordando que “o modelo de governação da associação está em conformidade com a lei aprovada pelo Governo em 2023 e com os estatutos aprovados já em 2024”.
Lembrou também que “a Direção foi constituída com total transparência, tendo a sua presidente sido designada conjuntamente pelo Governo português, o Município de Évora e a Assembleia Geral da Associação Évora2027”, acrescentando que “os seus diretores Financeiro e de Comunicação e Alcance foram eleitos pela Assembleia Geral”.
Relativamente aos diretores Artístico e Executivo, “previstos nos estatutos, serão designados no final de um concurso internacional”, disse a presidente da Direção.

Na mesma tomada de posição, focaram que “a Direção da Associação Évora2027 considera ainda que quaisquer posições, atos e iniciativas de entidades ou pessoas alheias a Évora2027 que ponham em causa a atribuição do título de Capital Europeia da Cultura e a atribuição do prémio Melina Mercouri de 1 milhão e 500 mil euros a esta iniciativa prejudicam gravemente o projeto, pelo que merecem o mais vivo repúdio”.
Durante a conferência de imprensa, Maria do Céu Ramos adiantou que esta Direção reafirma “o seu compromisso com Évora_27 – Capital Europeia da Cultura como um desígnio coletivo, independente, suprapartidário e colaborativo”, sublinhando que “é um projeto nacional e europeu”.
Já em resposta aos jornalistas, Maria do Céu afirmou que “há uma questão que nos preocupa de uma forma particular que é o facto do senhor presidente da Câmara de Évora nos ter comunicado, no passado dia 24 de outubro, que o compromisso financeiro que assumiu no protocolo que outorgou com o Governo em junho de 2023 não tem condições de ser cumprido”.

Explicou ainda que “esse é um protocolo no valor de 10,5 milhões euros como apoio financeiro à iniciativa Évora2027”, reforçando que Carlos Pinto de Sá “já nos comunicou que esse apoio financeiro não pode ser realizado e que parte dele, pelo menos metade, quer que seja realizado em apoio logístico”.
A mesma responsável reiterou que “isso preocupa-nos porque o financiamento de Évora Capital Europeia da Cultura é o pilar da realidade e da materialidade que ela pode vir a ter”.
Texto e Fotos: Redação DS / Marina Pardal