O Dia da Cidade de Évora, celebrado a 29 de junho, foi assinalado com uma cerimónia no Palácio de Dom Manuel, tendo como principal destaque a entrega de três medalhas de mérito municipal.
A sessão teve início com a atuação do quarteto de cordas composto por alunos da Orquestra de Cordas do Conservatório Regional de Évora do Eborae Musica. Seguiram-se as intervenções do presidente da Assembleia Municipal de Évora, Jorge Araújo, e do presidente da Câmara Municipal de Évora, Carlos Pinto de Sá.
A entrega das medalhas de mérito municipal foi um dos momentos altos do evento, tendo sido distinguidos Filipa Correia (classe prata), José Noites (classe ouro) e a Unidade de Saúde Militar de Évora (classe ouro).
Segundo o município, Filipa Correia foi homenageada “pelo desempenho relevante como dirigente associativa e atleta de nível mundial, sendo reconhecido o seu exemplo de determinação e abnegação”, considerando-a “uma referência para os jovens atletas e uma fonte de inspiração para a comunidade”. Recorde-se que a atleta do Clube Stone Boys foi campeã mundial no Muay Thai Grand Prix, em Londres, em abril de 2023.
Quanto ao empresário José Noites, a autarquia realçou que foi reconhecido “pelo relevante contributo, ao longo de mais de 50 anos, para o desenvolvimento económico e social da cidade e da região”.
Já a Unidade de Saúde Militar de Évora, que esteve representada pelo seu diretor, o tenente-coronel médico dentista Gil Leitão Borges, obteve este “reconhecimento pela excelência do serviço prestado, em particular com iniciativas de grande impacto e envolvimento com a comunidade, de que são exemplo o contributo prestado no combate à pandemia da covid-19 e a Semana da Saúde Oral”.
Em declarações às jornalistas, Carlos Pinto de Sá evidenciou que “este é um Dia da Cidade especial porque estamos a comemorar os 50 anos do 25 de Abril e foi com o 25 de Abril que foi criado o poder local democrático, que tem sido uma escola da democracia e é fundamental que mantenha as características que herdou daí de participação, pluralidade e multipartidarismo”.
Em relação às medalhas de mérito municipal, disse que “procuramos encontrar instituições ou pessoas que de alguma maneira tenham elevado o concelho”.
De acordo com o presidente da Câmara de Évora, “há muita gente anónima que faz trabalho que nós não conseguimos reconhecer desta forma, mas de facto há alguns que se destacam no trabalho que fazem e esse destaque deve ser reconhecido e alargado àqueles que ficam anónimos”.
Reiterou ainda que “a escolha deste ano teve a ver com algum ecletismo nas áreas”, apontando que “registámos da Unidade de Saúde Militar de Évora, que tem 135 anos, que tem dado muito à cidade e ao Alentejo”.
O autarca acrescentou que “é o reconhecimento de uma instituição centenária que continua com uma atividade notável que ajuda à área da saúde e ao desenvolvimento de Évora”.
No que diz respeito a José Noites, referiu que foi distinguido “pelo trabalho que tem desenvolvido como empresário e dessa forma também o contributo que tem dado para a dinâmica económica da cidade e do Alentejo”, considerando que “é um exemplo de uma pessoa que tem procurado investir e reinvestir em Évora e que tem também outras preocupações de participação social”.
Relativamente a Filipa Correia, o edil salientou que “foi campeã do mundo na sua modalidade (muay thai) pouco tempo depois de ter sido mãe, algo assinalável e que mostra que é possível, desde que haja vontade e condições, conciliar a vida familiar com o desporto e com a capacidade de alcançar novos níveis e novos títulos”.
A cerimónia do Dia da Cidade finalizou com a intervenção do professor Galopim de Carvalho, que abordou o tema “50 Anos do 25 de Abril – A Escola Pública”.
Carlos Pinto de Sá recordou que Galopim de Carvalho tem “um poder de comunicação enorme e costuma chamar a atenção para problemas que são fundamentais”.
Frisou ainda que “destacou o enorme contributo da escola pública no pós 25 de Abril, mas também ‘pôs o dedo na ferida’ para um conjunto de problemas que têm de ser olhados, como a estruturação da escola pública para que ela não falhe”.
Também à margem da sessão, Galopim de Carvalho referiu à comunicação social que, “muitas vezes, crucificamos os ministros da Educação, mas eles estão coartados porque os governos nunca lhes deram as dotações orçamentais necessárias para resolver este pilar da sociedade que é talvez o mais importante e é um dos pilares mais pobres”.
Na sua opinião, “estamos a viver um problema terrível, pois nenhum aluno escolhe a carreira de professor porque esta carreira está mal tratada, perdeu dignidade, tiraram-lhe o respeito que ela tinha, não lhe dão importância e essa importância reveste-se no estatuto de remuneração”, lembrando que “quem diz os professores, diz os educadores e o pessoal auxiliar”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS