4ª edição contou com cerca de 6000 pessoas participantes ao longo dos 9 dias de Festival Imaterial, tendo registado mais de 4 concertos esgotados, e uma forte participação nas atividades de programação paralela com crescimento de adesão de sensivelmente 70%, nomeadamente nas conversas e conferências, bem como nos passeios pela paisagem e património. O crescimento consolida o caminho e vocação do Festival para unir culturas, artistas e públicos, em Évora.

Se a cada edição o Imaterial nos vai revelando, dando mostras da sua vontade própria e do seu natural crescimento, a sua identidade de uma forma mais definida, também se vai assemelhando cada vez mais com o Imaterial que foi sonhado num primeiro momento. Com cada vez mais adesão, públicos firmados e uma ligação cada vez mais forte com o Património e comunidades.

O Imaterial nasceu em Évora, à sombra do estatuto de Património Imaterial da Humanidade atribuído pela UNESCO ao Cante Alentejano, mas também de olhos na classificação do centro histórico de Évora como Património Mundial da Humanidade. E, desde logo, o desejo foi o de criar ligações entre estas duas dimensões patrimoniais, colocar a música a dialogar com a paisagem (mais ou menos edificada), deixando que as histórias cantadas hoje possam comunicar com as histórias que atravessam séculos e estão impregnadas nas paredes da cidade e nos lugares que a circundam.

A busca pela ligação com a paisagem, como tinha sido imaginada desde o início, leva a que o Imaterial continue a fazer do magnífico Teatro Garcia de Resende a sua sala de honra, com apoio do CENDREV – Centro Dramático de Évora, enquanto propõe escutar alguns dos seus protagonistas em espaços como o Cromeleque do Vale Maria do Meio ou a Herdade do Freixo do Meio.

E em tempos como aqueles que vivemos, em que as tentativas de promover a desconfiança do desconhecido se multiplicam, o Imaterial integrou uma sessão para escolas com alguns dos músicos de diferentes culturas e geografias que visitam Évora. Para que, desde cedo, se aprenda a escutar quem tem uma voz diferente da nossa. Quem só a si escuta está a perder o mundo.

Manter as culturas e as tradições vivas é um desígnio que não se faz por decreto. Depende da vontade, do empenho e da dedicação daqueles/as que decidem consagrar parte da sua vida a um estudo das raízes, dos seus porquês, das suas transformações em alargados contextos sociais, políticos, financeiros, e dos seus atores originais. E depende de um interesse genuíno em aprender, compreender e amplificar as razões e as vozes desses guardiães das identidades dos povos, ajudando a dignificá-las e a divulgá-las para que a sua História fique contada, mas também para que possa continuar a construir-se.

Prémio Imaterial distingue, precisamente, personalidades que pela sua ação desempenham esse papel e nos aproximam da tradição musical como matéria viva. O Prémio Imaterial 2024, entregue por Francisco Madelino, Presidente da Fundação INATEL e por Carlos Pinto de Sá, Presidente da Câmara Municipal de Évora, foi atribuído a Salwa Castelo-Branco, na sessão de encerramento.

A sua investigação no terreno tem-se centrado, em Portugal, no Egipto e em Omã, com um foco particular em política culturalnacionalismo musicalidentidade, música e media, modernidade, patrimonialização, e música e conflito. Publicou vários estudos sobre música tradicional portuguesa e participou ativamente nas candidaturas do Fado e do Cante Alentejano a Património Imaterial da Humanidade. Sem o seu trabalho, saberíamos muito menos sobre nós.

Nas palavras de Salwa Castelo-Branco, “é fundamental pensar nos patrimónios como “nossos”, dos próprios países, mas também como patrimónios mundiais, de todos os países”.

Porque este é, realmente, um festival que se pensa como lugar de encontro: Festival Imaterial – Património Pensado e Vivido.

Nada disto seria possível sem a co-organização da CM Évora e da Fundação INATEL que contam com o apoio de entidades parceiras, absolutamente centrais para o sucesso desta edição. Na organização das conferências e conversas, contribuindo para a sua divulgação e dinamização, IN2PAST – Laboratório Associado para a Investigação e Inovação em Património, Artes, Sustentabilidade e Território e Évora 27 – Capital Europeia da Cultura.

O Festival Imaterial está de regresso a Évora de 16 a 24 de maio de 2025 para mais uma grande edição.

Fonte: Nota de Imprensa / Imaterial

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