Foi a 1 de novembro de 1559 que foi fundada a Universidade de Évora (UÉ), que viria a encerrar 200 anos depois. Mais tarde, já em 1973, foi restaurada, com a designação de Instituto Universitário de Évora (IUÈ), por decreto de José Veiga Simão, o ministro da Educação na altura. No entanto, as aulas só tiveram início a 10 de novembro de 1975. O IUÉ vigorou até 1979, altura em que passou a ser novamente UÉ.

É com este resumo sobre a UÉ, feito a partir da história partilhada pela academia alentejana, que enquadramos o ciclo de conversas que teve início na passada quarta-feira. Intitulado “Cinco Décadas, Cinco Temas”, este ciclo decorre no âmbito das comemorações dos 50 anos do IUÉ.

Segundo a informação enviada ao Diário do Sul, “o objetivo desta iniciativa é contribuir para recordar e celebrar as conquistas das gerações de docentes e investigadores, técnicos e estudantes que hoje formam a comunidade da UÉ”.

A primeira sessão decorreu na Sala dos Docentes e teve como tema “Do IUÉ à UÉ: um balanço da reforma de Veiga Simão”. Contou com as intervenções de Hermínia Vasconcelos Vilar, reitora da UÉ; João Carrega, presidente do Conselho Geral da UÉ; e de Maria do Céu Ramos, secretária-geral da Fundação Eugénio de Almeida.

De realçar ainda a intervenção de Eduardo Marçal Grilo, antigo ministro da Educação; bem como uma mesa redonda, moderada por Maria do Rosário Oliveira, professora emérita da UÉ, e que contou com a participação de Abílio Fernandes, antigo presidente da Câmara de Évora; Jorge Araújo e Carlos Braumann, antigos reitores da UÉ; António Pinheiro, professor emérito da UÉ; e Aurora Carapinha, professora da UÉ.

Em declarações aos jornalistas, Hermínia Vasconcelos Vilar salientou que “com este ciclo de conversas pretende-se refletir sobre a evolução da universidade, mas também sobre a evolução do sistema de ensino superior e sobre temas transversais para a sociedade”, constatando que “há uma diversidade de abordagens”, embora não tenha adiantado as próximas temáticas.

No caso desta primeira iniciativa, a reitora da UÉ frisou que “procurou-se refletir sobre o passado, sobretudo, centrado no contexto da refundação da UÉ, ou seja, em torno da chamada reforma Veiga Simão, o surgimento do IUÉ e da própria da UÉ, no fundo este período que medeia entre 1973 e 1979”.

Acrescentou que “o objetivo foi perceber o que foram as experiências daqueles anos, a importância da refundação da universidade no contexto específico de Évora e do Alentejo naquele período, a partir dos testemunhos pessoais dos protagonistas que viveram esses anos, procurando também perspetivar as décadas seguintes e a partir daqui também o futuro”.

A par disso, Hermínia Vasconcelos Vilar destacou que “o professor Marçal Grilo é atualmente um dos grandes estudiosos sobre o processo da reforma Veiga Simão, mas também da evolução das reformas em torno da educação entre o final do Estado Novo e os primeiros anos da democracia”, reiterando que “trouxe-nos uma pequena abordagem sobre o muito que ele sabe sobre aqueles anos”.

À margem da sessão, os jornalistas também falaram com Aurora Carapinha, que foi a aluna número seis do IUÉ, ficando a conhecer um pouco mais sobre aquele período.

“Estávamos em novembro de 1975 e não eram momentos calmos”, recordou, evidenciando que “não é importante ter sido ser a aluna número seis, o que é mais interessante é ter podido participar nesse processo logo no momento inicial”.

Confessou que “quando começamos a trabalhar em projetos novos estamos todos com a mesma ideia de atingir um objetivo e isso foi muito interessante”.

Segundo Aurora Carapinha, “trabalhávamos muito em conjunto e o ensino universitário não era teórico, era de facto um ensino prático, de nos confrontar com a realidade e de desenvolver a nossa atitude crítica”, confessando que “era extremamente prazeroso vir às aulas das 8 horas da manhã e porem-nos a pensar”.

Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS

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