Já são conhecidos os vencedores da edição deste ano do Programa de Voluntariado nas Escolas, promovido pela Fundação Eugénio de Almeida (FEA).

No passado dia 13 de março, decorreu a sessão final da quarta edição deste projeto. Segundo a FEA, “este ano, houve a participação de cerca de 150 alunos, de sete turmas, da Escola Secundária Gabriel Pereira (ESGP), Escola Secundária André de Gouveia (ESAG), Escola Secundária Severim Faria (ESSF) e EPRAL, tendo sido desenvolvidos 27 projetos de voluntariado”.

Em relação ao projeto vencedor, a mesma fonte adiantou que foi “Dádiva dá Vida”, dinamizado pelas alunas Alice Oliveira, Daniela Mestre, Inês Coelho, Inês Pinho, Margarida Chaveiro, Margarida Carmelo e Raquel Proença, da ESAG”.

De acordo com a informação enviada ao Diário do Sul (DS), “esse projeto visa sensibilizar e incentivar à doação de sangue e medula óssea, bem como organizar campanhas de recolha de sangue, através de clínicas móveis”.

Quanto ao segundo lugar, foi para o projeto “Connect(s)”, dos alunos Guilherme Branco, Diogo Figueiras, Bárbara Desidério, Carolina Ventura e Catarina Dias, também da ESAG. A FEA explicou que “consistiu na realização de sessões formativas sobre a utilização das diversas ferramentas digitais, direcionadas ao publico sénior”.

Nesta edição, foram ainda atribuídas três menções honrosas, aos projetos “Patinhas e Companhia” (Catarina Barros, Mafalda Caramujo, Rodrigo Guerra, Simão Beco, Maria Branco e Diana Paulos – ESAG), “Reciclar é Cuidar” (Amélia Rosmaninho, André Farinha e Bernardo Mendes – ESGP) e “Com que Sonham os Idosos” (Daniela Candeias, Helena Louro, Leonor Saldanha, Letícia Rosa e Soraia Monteiro – ESGP).

Henrique Sim-Sim, coordenador da Área Social e Desenvolvimento da FEA, citado na nota de imprensa, evidenciou “a importância da promoção destas atividades e o impacto positivo que os projetos vencedores tiveram na comunidade escolar e na sociedade em geral”, incentivando “o envolvimento dos alunos em iniciativas de voluntariado e a continuidade deste tipo de projetos”.

Em declarações ao DS, Nazaré Jesus, técnica do Programa de Voluntariado da FEA, frisou que “este projeto pretende proporcionar aos jovens experiências enriquecedoras que vão além da sala de aula, promovendo o desenvolvimento de competências e um sentido de responsabilidade social e cívica e capacitando-os para serem agentes de mudança na sociedade”.

Explicou ainda que, “durante 10 sessões, os alunos participaram num itinerário formativo que passou pela sensibilização e formação sobre voluntariado; pela inspiração, através do testemunho de organizações promotoras de voluntariado e de voluntários; e pelo desenho e implementação de projetos de voluntariado”.

Nazaré Jesus focou também que “os professores têm desempenhado um papel fundamental neste projeto, graças ao seu envolvimento e sensibilidade”, realçando ainda “a experiência e os conhecimentos partilhados pelos voluntários mentores”.

Na sua opinião, “a participação dos jovens na prática do voluntariado contribui para o bem-estar das comunidades em que estão inseridos, mas também lhes proporciona o desenvolvimento de diversas competências, como a empatia e liderança, além de promover valores como a solidariedade e a responsabilidade social, preparando-os para se tornarem cidadãos mais ativos e inconformistas”.

Projeto aproxima seniores das novas tecnologias

O DS acompanhou um dos projetos desenvolvidos no âmbito do Voluntariado nas Escolas, ainda antes de ter decorrido a sessão final. Foi o Connect(s), promovido por alunos da ESAG.

Assistimos a uma das “aulas”, realizada no edifício da Junta de Freguesia do Bacelo. Como habitualmente, a sessão era dirigida a alunos da Universidade Popular Túlio Espanca (UPTE) – Polo do Bacelo e Senhora da Saúde.

Guilherme Branco, um dos alunos que dinamizou o projeto, disse que “optámos por uma área em que considerávamos ser mais fortes”, apontando que “escolhemos a interação dos idosos com as novas tecnologias porque um problema que enfrentamos em Portugal é o isolamento das pessoas com idade mais avançada”.

Acrescentou que, “por vezes, estão em lugares mais rurais e não têm tanta facilidade em comunicar com os familiares, daí termos decidido utilizar as novas tecnologias a favor dos mesmos, não só para terem contacto com os familiares, se for o caso, mas também para se aproximarem mais do mundo em geral”.

Na sua perspetiva, “conforme a idade avança vão surgindo dificuldades e queremos mostrar que mesmo com a idade as dificuldades não têm de impedir alguém de fazer alguma coisa”.

O aluno da ESAG esclareceu ainda que “pensámos em qual seria a forma mais fácil de chegar a idosos e houve a sugestão deste polo da UPTE, pelo que começámos com estas sessões no final de janeiro e pretendemos realizá-las até ao final de abril”.

Ainda conversámos com dois alunos da UPTE, Beatriz Luz Quitério e Joaquim Faria. Ambos consideraram que “estas ações são muito importantes porque há sempre algum receio com as novas tecnologias e temos algum medo em mexermos, mas eles deixam-nos mais à vontade e ajudam-nos a esclarecer as dúvidas que temos”.

Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS / FEA

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