A Rádio Telefonia do Alentejo, no programa feito em parceria entre a Unidade de Saúde Pública (USP) do Alentejo Central, “deu voz” à saúde escolar. Foi na última quinta-feira de fevereiro que este tema esteve em destaque, sendo abordado por João Machado, médico interno de formação específica em Medicina Geral e Familiar (MGF).

Começou por explicar que “a saúde escolar é um programa que está colocado no terreno por todo o país e que envolve todas as crianças e jovens ao longo de todo o percurso na escola”.

João Machado adiantou que “baseia-se, sobretudo, nas duas principais áreas onde todos nós, profissionais de saúde, procuramos intervir”, indicando que, “por um lado, queremos prevenir a doença, ou seja, garantir as melhores condições de aprendizagem, de convivência, de descoberta e que estas são saudáveis e permitem o crescimento saudável e sustentável das crianças e jovens”.

Por outro, acrescentou que “temos a promoção da saúde, onde o nosso objetivo é ajudar estas crianças e jovens a perceberem o seu corpo, o que muda, o que está bem e mal nele, mas sobretudo garantir que as atitudes e decisões que vão tomar no futuro são as mais acertadas para o seu crescimento”.

Nesse sentido, o médico interno em MGF especificou que “a saúde escolar não trabalha apenas as crianças e jovens que estão nas escolas, mas também a sua família, toda a comunidade escolar e até a restante comunidade”.

De acordo com João Machado, “atualmente, o programa nacional está na alçada das USP, que trabalham no nível local”, realçando que “na nossa realidade, aqui no Alentejo Central, como o nosso espaço é muito grande e os centros de população muito dispersos, acabamos por contar com a ajuda de equipas de enfermeiros das várias Unidades de Cuidados na Comunidade dos 14 concelhos, que constituem a área de intervenção da USP do Alentejo Central”.

Na sua perspetiva, “isto facilita imenso o pôr em prática dos projetos, porque temos pessoas que trabalham diretamente no local e conhecem a realidade e as necessidades, mas, sobretudo, são pessoas da terra, com ligação às câmaras e às escolas”.

Quanto às principais áreas em que vão atuando, o mesmo médico disse que, “diariamente, procuramos sempre cobrir três principais eixos que são fundamentais no crescimento da criança e que achamos serem importantes para o seu desenvolvimento”.

Assim sendo, referiu o objetivo de “dar as ferramentas para conseguir identificar várias doenças e atitudes más para com a sua saúde e como as devem enfrentar e corrigir”.

Outro ponto, prende-se com “avaliar o ambiente de aprendizagem, perceber o que está errado e torná-lo o melhor possível, quer para que os alunos estejam no seu melhor, mas também para garantir que eles crescem em grupo, com amigos e sociáveis”, destacou João Machado.

Por último, evidenciou que “queremos também garantir que as condições de saúde que todos têm estão no mesmo patamar e isto implica a vigilância na consulta do médico de família, os programas de necessidades educativas especiais e até mesmo professores e funcionários, que são parte importantíssima da aprendizagem e deste percurso”, lembrando que “estes devem, por isso, estar no seu melhor e devemos ajudá-los a isso”.

No que diz respeito a projetos implementados nas escolas, neste caso no Alentejo Central, exemplificou com “A minha lancheira”, um projeto que “ajuda as crianças a criarem lanches cada vez mais completos e saudáveis e a combater a falta de tempo dos pais que, muitas vezes, optam pelo mais fácil, mas menos nutritivo”.

João Machado sublinhou que “este projeto já foi premiado e já tivemos vários apoios por ter um resultado excelente”.

Mencionou ainda que “temos globalmente projetos que ajudam a identificar e a combater o bullying ou projetos relacionados com o conhecimento do próprio corpo, dos seus limites, da sexualidade e da educação sexual, no fundo como crescer e ser adolescente de forma saudável”.

Autor: Redação DS / Marina Pardal
Foto: DS

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