“Senti-me incrédula porque não sabia que o prémio também era atribuído a ensaístas”. Foi assim que Maria Irene Ramalho, a 28.ª personalidade da literatura a ser galardoada com Prémio Vergílio Ferreira da Universidade de Évora (UÉ), admitiu sentir-se no momento em que soube que tinha sido distinguida.

Em declarações à Diana FM, a ensaísta, que recebeu o galardão no dia 1 de março, no Colégio do Espírito Santo, contou que “sabia que a minha amiga Ana Luísa Amaral, que entretanto faleceu, tinha recebido este prémio”, reiterando que “ela é uma grande, grande poeta, portanto fiquei convencida de que o prémio era atribuído a poetas, romancistas, dramaturgos, ou seja, aquilo que chamamos escrita criativa”. Como tal, confessou que “pensei o prémio não era adequado para mim”.

Maria Irene Ramalho recordou que “quando o professor Sáez Delgado (presidente do júri) me telefonou a dizer que tinha sido galardoada, fiquei humildemente grata”, reforçando que “para mim é um sinal de reconhecimento que me é muito grato, fiquei muito satisfeita”.

Por sua vez, a reitora da UÉ, Hermínia Vasconcelos Vilar, lembrou que “há quase 30 anos que a UÉ atribui este prémio, que visa galardoar um autor de língua portuguesa na área do ensaio ou da ficção”.

Sublinhou que “evoca um nome marcante da nossa cultura, sendo uma forma que a UÉ tem de homenagear Vergílio Ferreira e a sua obra, mas também a produção literária”.

A reitora destacou que “a escolha da professora Maria Irene Ramalho premeia sobretudo um trajeto na área do ensaio e da reflexão”, reiterando que “é uma carreira académica, que comporta uma obra multifacetada em diferentes áreas”.

Evidenciou ainda que “Maria Irene Ramalho juntou-se assim a um leque de nomes muito marcantes que têm sido galardoados com o Prémio Vergílio Ferreira”.

Em nota de imprensa, a UÉ adiantou que “a escolha para o Prémio Vergílio Ferreira recaiu este ano sobre Maria Irene Ramalho, professora catedrática jubilada da Secção de Estudos Anglo-Americanos do Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, onde foi coordenadora científica dos programas de doutoramento em Estudos Americanos e em Estudos”.

Referiu também que “o júri decidiu, por unanimidade, atribuir este prémio a Maria Irene Ramalho ‘pelo seu contributo para o incremento do diálogo entre a literatura portuguesa e as literaturas Anglo-Saxónicas e em geral pela internacionalização da literatura portuguesa’”.

A mesma fonte focou que, “desde 1999, a galardoada é International Affiliate do Departamento de Literatura Comparada da Universidade de Wisconsin-Madison, onde leciona regularmente como professora visitante”.

A UÉ frisou ainda que “tem publicado extensamente, em Português e em Inglês, sobre temas de literatura e cultura de expressão inglesa, estudos americanos, literatura comparada, teoria poética, estudos culturais e estudos feministas”.

Realçou também que, “na edição referente a 2024, o júri foi presidido por Antonio Sáez Delgado (professor da UÉ), integrando ainda os docentes universitários Joana Matos Frias (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), António Apolinário Lourenço (Faculdade de Coimbra), Elisa Nunes Esteves (Escola de Ciências Sociais da UÉ) e Ricardo Viel (crítico literário)”.

Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: Diana FM

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