“Nós trabalhamos para os estudantes todos os dias”. A declaração é de Ana Beatriz Calado, presidente da Direção e Secções Autónomas da Associação Académica da Universidade de Évora (AAUÉ) para o mandato de 2024, que tomou posse no dia 13 deste mês.
Com 25 anos, a jovem de Alcochete, frequenta o curso de mestrado integrado em Arquitetura. Ingressou na Universidade de Évora (UÉ) em 2017 e já tinha feito parte da AAUÉ no mandato de 2022, como vice-presidente interna.
Em entrevista ao Diário do Sul, explicou que “em 2023 não estive na AAUÉ, por questões familiares que não me permitiram continuar, mas fiquei sempre com vontade de regressar porque sentia que tinha mais para dar”.
Ana Beatriz Calado acrescentou que a oportunidade de se candidatar a presidente também surgiu porque “não havia pessoas que quisessem assumir este desafio, pelo que achei que tinha de fazer a candidatura”, congratulando-se por “em menos de uma semana ter feito uma equipa com 71 pessoas”.
Quanto aos objetivos para este mandato, a nova presidente considerou que “cada vez mais existe uma distância entre o que é a AAUÉ e os estudantes da UÉ, que não conhecem bem o nosso trabalho”, recordando que “o mote da nossa campanha foi precisamente ‘Juntos pela Academia’”.
Nesse sentido, confessou que “um dos meus objetivos é haver mais esta união”, constatando, por exemplo, que “os núcleos não estão bem ligados connosco e esta aproximação tem que voltar a acontecer porque é assim que nós funcionamos”.
Ana Beatriz Calado reiterou que “nós trabalhamos para os estudantes todos os dias, mas eles têm de nos procurar mais e explicar os seus problemas”, constatando que “isso não tem acontecido”.
Na sua perspetiva, “os estudantes acham que nós só fazemos uma Queima das Fitas ou uma Receção ao Caloiro, mas nós trabalhamos todos os dias para que várias coisas aconteçam”.
A esse nível, evidenciou que “temos muitos outros eventos, como a Expo Estudante, a Feira da Empregabilidade ou a CulturFest que aproximam os estudantes em várias vertentes e com vários impactos diferentes”.
Em relação às iniciativas que estão pensadas, admitiu que “queremos dar continuidade a esses eventos que já realizamos e que têm sido um sucesso, sempre com a intenção de melhorar algumas coisas”, adiantando que “temos mais alguns projetos em mente, mas que serão anunciados a seu tempo”.
A par disso, a jovem sublinhou que “depois temos sempre as lutas que parecem que nunca têm uma resolução, nomeadamente a questão do alojamento, das bolsas de estudo ou as desigualdades dos cursos”.
A respeito dessa desigualdade, explicou que “a propina é sempre a mesma, mas os custos a nível de cada curso são diferenciados”, exemplificando que “um curso na área das Artes por norma tem custos associados que são maiores”.
Segundo a presidente, “uma das prioridades para a AAUÉ é também o desporto”, comentando que “temos alunos que participam em competições inclusive a nível europeu e é uma área em que investimos bastante, pois os atletas participam através do nosso orçamento”.
Realçou ainda que “a parte desportiva é bastante importante até porque pode ajudar ao nível da saúde mental, que é um problema muito grande no ensino superior”.
Ana Beatriz Calado partilhou também outras preocupações, designadamente “perceber o que é que a Inteligência Artificial (IA) vem trazer ao nosso papel no ensino superior, se é algo para nos fragilizar ou para melhorarmos”, frisando que “temos de pensar no que é que a IA pode fazer por nós e até que ponto é que temos o nosso percurso assegurado ao fazermos o ensino superior”.
Em jeito de conclusão, a nova presidente salientou ainda que “esta equipa tem uma linha de continuidade, mas também quis trazer uma equipa renovada”, considerando que “isso é importante para o futuro da AAUÉ ou de qualquer associação, pois se continuarmos a manter sempre as mesmas pessoas as coisas não evoluem”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS