O primeiro workshop sobre “Gestão de Crises e Governação no Turismo” decorreu na passada segunda-feira, em Évora.
A iniciativa foi promovida pela Entidade Regional de Turismo (ERT) do Alentejo e Ribatejo e contou com a presença de representantes de várias instituições e empresas da região, tendo sido orientado por Carlos Costa, especialista neste setor.
Segundo a ERT, este evento decorreu “no âmbito do projeto ‘Gestão de Crises e Governação no Turismo’, gerido pelo EISMEA – Conselho Europeu de Inovação e Agência de Execução para as PME e ao qual a região Alentejo se encontra associada”.
A mesma fonte adiantou que o objetivo é “contribuir para melhorar a capacidade do destino para detetar crises que afetem o ecossistema do turismo numa fase precoce, bem como prevenir, atenuar e gerir de uma forma mais eficiente estes imponderáveis”.
É ainda recordado que “perturbações como ataques terroristas, o surto de Covid-19 ou a guerra na Ucrânia tiveram impactos graves no setor e revelaram deficiências na capacidade de governação”.
Nesse sentido, realçou também que, “de forma a tentar mitigar estas situações, a Estratégia da União Europeia para o Turismo Sustentável 2020-2038 colocou como prioritária a necessidade da criação de mecanismos de gestão de crises e de partilha de boas práticas, tendo a ERT associado o destino Alentejo ao referido projeto”.
A margem deste workshop, José Manuel Santos, presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo, explicou que “o projeto resultou de uma candidatura que nós apresentámos em julho para podermos ser um dos 50 destinos europeus que vai estar ligado à Agenda do Turismo Sustentável da União Europeia”.
Sublinhou que “a União Europeia (UE) está, finalmente e de certa forma, provocado pela Covid-19, a ter uma atenção maior ao turismo”, reiterando que, “sabemos que o turismo não é uma competência própria da UE, mas é uma política na qual a UE está cada vez mais a exercer um trabalho de coordenação com os estados-membros”.
O mesmo responsável assumiu que “trabalhamos muito no curto prazo, temos sempre esta pressão das campanhas promocionais, do número de dormidas, de hóspedes, as estimativas rápidas do INE, mas precisamos também de olhar para o médio e longo prazo”.
Na sua perspetiva, “estarmos neste projeto de ‘Gestão de Crises e Governação no Turismo’ com mais 50 destinos europeus é a possibilidade do Alentejo poder refletir, a médio e longo prazo, quais são os grandes desafios pelos quais vai ter que definir um plano de ação adequado às características do destino para podermos identificar de uma forma precoce alguns riscos que o desenvolvimento da região enquanto destino turístico atravessa”.
De acordo com José Santos, “não falamos só em alterações climáticas, que é um tema muito importante e para o qual nos temos de preparar, o que vai implicar adaptações da nossa oferta e reestruturação do nosso produto turístico, mas também a questão dos recursos hídricos que cada vez é mais uma variável absolutamente fundamental no futuro do turismo do Alentejo, mas também outras crises que podem existir, nomeadamente de governação, de uma nova pandemia ou de riscos de saúde”.
Destacou que “este workshop teve precisamente a ver com o facto de termos de nos preparar e foi por isso que estivemos reunidos em Évora com comunidades intermunicipais, representantes do ‘trade’, com agências do Governo, proteção civil, academia, para que em conjunto possamos pensar num plano de ação que ajude o destino de uma forma precoce a identificar riscos e a gerir problemas que venham a acontecer”.
O presidente da Turismo do Alentejo e Ribatejo evidenciou que “ainda vamos ter outras iniciativas para chegar a um plano de ação construído com os atores locais que defina medidas muito práticas”, revelando que “a perspetiva é que possamos tê-lo pronto no próximo mês de março”.
Constatou ainda que “é uma ferramenta que nos vai ajudar a guiar, mas que não é o fim do processo, pois temos de receber a ferramenta e depois, com os atores do destino, maximizá-la e trabalhá-la nos próximos anos”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS / ERT