“Circulámos de comboio no primeiro troço de linha de alta velocidade em Portugal”. A declaração é do secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas, Frederico Francisco, durante a visita à nova Linha de Évora, empreitada do troço Évora Norte – Freixo, na passada sexta-feira.
Para além do governante, a comitiva contou com a presença de representantes da Infraestruturas de Portugal (IP), autarcas, comunicação social, entre outros, que teve assim a oportunidade de circular sobre carris na nova linha pela primeira vez.
De acordo com a IP, “a empreitada de construção do troço da Linha de Évora entre Évora Norte e o Freixo (de 20,5 km), inserida no Corredor Internacional Sul (ligação entre Sines e Elvas – Caia), vai reduzir os tempos de percurso e custos de transporte, aumentar a capacidade e circulação de comboios de mercadorias e melhorar as ligações internacionais para a interoperabilidade europeia”.
Em declarações aos jornalistas, o secretário de Estado sublinhou que, esta sexta-feira, “foi um dia quase histórico para a ferrovia em Portugal”, recordando que “lançámos o concurso para a primeira secção da nova Linha de Alta Velocidade Porto-Lisboa e, pela primeira vez, percorremos de comboio o troço de linha de caminho-de-ferro mais extenso construído nos últimos 100 anos em Portugal, que é esta nova linha entre Évora e Elvas, que representa um investimento de cerca de 500 milhões de euros”.
Frederico Francisco destacou que “circulámos de comboio no primeiro troço de linha de alta velocidade em Portugal”, esclarecendo que, “de acordo com as classificações internacionais, uma linha de alta velocidade é uma linha de caminho-de-ferro nova para velocidades iguais ou superiores a 250 km/h e esta linha cumpre esse requisito”.
Durante as declarações à comunicação social, os autarcas alentejanos evidenciaram a importância deste projeto, considerando que “é uma obra estruturante para o país, mas que também o deverá ser para a região”.
Carlos Pinto de Sá, presidente da Câmara de Évora, frisou que “a vertente das mercadorias é de fulcral importância”, reforçando também “a importância que tem para o território a possibilidade de transporte de passageiros, nomeadamente com uma paragem em Évora”.
Por sua vez, David Galego, presidente da Câmara de Redondo, lembrou que “o senhor primeiro-ministro António Costa, há cerca de seis meses, deu-nos aqui o alento de que as cargas e descargas na zona do Alandroal poderão ser uma realidade”.
Na sua opinião, “o interior do país pode ter aqui um ponto de atratividade muito forte e é esse desafio que deixo também ao Governo, seja ele qual for, que não deixe perder esta oportunidade de desenvolvimento do território”.
Relativamente aos terminais de mercadorias, o secretário de Estado deu conta de que “os municípios fizeram um estudo que parece demonstrar a sua viabilidade económica”.
A esse respeito, acrescentou que “aquilo que temos que demonstrar é que conseguimos, juntando as cargas da região, gerar qualquer coisa como três ou quatro comboios cheios por semana e, a partir daí, é uma questão de escolher a localização mais adequada”.
Relativamente ao transporte de passageiros, Frederico Francisco afirmou que “esta linha foi construída, desde o início, a pensar nas mercadorias e nos passageiros”.
O governante reiterou que, “mesmo não estando planeadas estações de passageiros ao longo do seu trajeto, esta linha vai servir, por exemplo, para colocar Elvas a menos de duas horas de comboio de Lisboa”.
Espera ainda que “torne possível criar-se um serviço de passageiros entre Lisboa e Madrid decente e que permita colocar o comboio como opção”, adiantando que “o serviço em que estou a pensar é um serviço que terá certamente paragem em Évora e Elvas, mas estas são questões que ainda têm de se afinar, nomeadamente por parte dos operadores”.
No que diz respeito a datas, Miguel Cruz, presidente da IP, revelou que, “quanto à parte de construção civil, contamos ter os trabalhos concluídos durante o primeiro semestre de 2024”.
Frisou também que “depois há alguns trabalhos adicionais a fazer do ponto da sinalização, mas a expectativa é termos esta linha em funcionamento em 2025”.
Em jeito de conclusão, o mesmo responsável disse ainda que “esta linha está preparada para 250 km/h para passageiros e 120 km/h para mercadorias”.
Pode ver a reportagem vídeo no seguinte link:
https://www.youtube.com/watch?v=ow970JCMtbc&t=30s
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS