Numa demonstração crescente de cooperação económica e estreitamento de laços transfronteiriços, as cidades vizinhas de Badajoz, do lado português – Elvas, Estremoz e Évora, por exemplo – têm testemunhado um aumento significativo nas relações comerciais, mantendo-se assim uma tradição de longa data de ir “a Badajoz às compras”.
Especificamente, a cidade fronteiriça de Badajoz tem sabido manter a atração dos consumidores portugueses, que cruzam a fronteira em busca de produtos variados e oportunidades de compras únicas, para além de preços atrativos face a uma diferente política de impostos. A proximidade geográfica, aliada à facilidade de deslocação, torna Badajoz um destino atrativo para os residentes das cidades portuguesas vizinhas.
Os comerciantes em Badajoz, por seu turno, têm respondido a este crónico influxo, adaptando as suas ofertas para satisfazer as preferências e necessidades dos consumidores portugueses. Lojas de moda, de produtos eletrónicos, e artigos para o lar têm visto um aumento nas vendas, enquanto os restaurantes e cafés locais beneficiam também do interesse habitual dos visitantes portugueses.
Para o Concejal Delegado do comércio do Ayuntamiento de Badajoz, Eladio Buzo Corzo, o comércio local sempre soube entender as “necessidades dos clientes portugueses e a prova disso é que os nossos vizinhos alentejanos continuam a vir a este lado da fronteira para fazer as suas compras. Agora, o grande desafio que o comércio de Badajoz atravessa nos tempos imediatos é a sua transformação por forma a poder dar um serviço ainda mais distinto”, refere em declarações exclusivas ao Diário do Sul.
Para este responsável da “câmara de Badajoz” pela área económica, o aparecimento, por exemplo, do El Faro, veio animar ainda mais esta relação entre os portugueses e o comércio de Badajoz. “O Centro Comercial reanimou esta crónica relação entre os portugueses e o comércio pacense, mas as ‘calles’ Menacho, Santo Domingo ou Juan Carlos I continuam a receber os portugueses de braços abertos”.
“Nós somos irmãos, não somos primos, por isso o comércio de Badajoz encara o cliente português como se fosse espanhol”, refere Eladio Corzo, que enaltece o trabalho realizado pelo Ayuntamiento para tornar as áreas comerciais atrativas, dando como exemplo “a criação de áreas pedonais ou lugares de estacionamento na calle Menacho. De qualquer forma, há que repensar sempre as zonas comerciais que não podem ser apenas locais de compra e venda. Terão de ser espaços agradáveis onde também faça sentido um ginásio, por exemplo”.
Os setores de turismo e comércio local também têm beneficiado desta dinâmica, com um aumento no número de visitantes portugueses a explorar Badajoz. Este fenómeno contribui para o fortalecimento dos laços culturais e económicos entre as regiões, promovendo a compreensão mútua e a colaboração. “Badajoz não é só comércio. Há muito património por explorar e nós, tal como vocês, gostamos muito de boa gastronomia e Badajoz tem uma oferta gastronómica estupenda”, rematou, deixando no ar um implícito convite a Badajoz.
À medida que Badajoz se consolida como um destino de compras transfronteiriço, espera-se que esta tendência continue a impulsionar as relações comerciais e o intercâmbio cultural entre Badajoz, Elvas, Estremoz e Évora. Este fenómeno ilustra a resiliência e a adaptabilidade das comunidades fronteiriças, que se unem para criar oportunidades de crescimento mútuo.
Pode ver a reportagem vídeo no seguinte link:
https://www.youtube.com/watch?v=9-DDXl4Yq1g&t=4s
Texto: Redação DS
Fotos: DS