A Rádio Telefonia do Alentejo (RTA) foi “palco” do programa “A voz do Voluntariado”, uma iniciativa promovida pela Fundação Eugénio de Almeida (FEA), no dia 5 deste mês.

O objetivo foi assinalar o Dia Internacional dos Voluntários, tendo sido realizadas também outras atividades para celebrar esta efeméride, desde debates a uma sessão de reconhecimento.

Segundo a FEA, “este programa na RTA visou dar voz aos voluntários de diversas organizações que ao longo de 2023 colaboraram ativamente na comunidade, reconhecendo a importância da sua ação e precioso contributo”, acrescentando que “a maioria dos voluntários foi encaminhada pelo Banco Local de Voluntariado da FEA”.

Referiu ainda que “as iniciativas realizadas no âmbito do Dia Internacional dos Voluntários foram promovidas em colaboração com a Câmara Municipal de Évora (CME), Universidade de Évora (UÉ), Santa Casa da Misericórdia de Évora (SCME), Associação de Paralisia Cerebral de Évora (APCE), Café Memória, Universidade Popular Túlio Espanca (UPTE) – Polo do Bacelo e Senhora da Saúde e Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) – Delegação de Évora”.

A mesma fonte sublinhou que “o programa pretendeu valorizar a participação comprometida de pessoas voluntárias na transformação da realidade social e das organizações que proporcionam esta prática de cidadania ativa”.

A conversa teve início com Henrique Sim-Sim, assessor da secretária-geral e coordenador da área social e de desenvolvimento da FEA.

Um dos aspetos que salientou foi que “a FEA começou este projeto em 2001, estando há 22 anos a promover diariamente o voluntariado na nossa comunidade”.

Recordou que “não o fazemos sozinhos, mas com um conjunto de organizações, nomeadamente aquelas que se juntaram a nós na celebração deste dia, mas também muitas outras com quem a FEA trabalha”.

O mesmo responsável frisou que “este trabalho tem um ponto alto em 2005 quando criámos o Banco Local de Voluntariado, uma organização que está protocolada com a CASES, que promove estes bancos de voluntariado por todo o país”.

Especificou ainda que “a FEA tem este papel de mediação e de capacitação dos voluntários, das organizações e dos seus técnicos, mas também de informação e divulgação, bem como de criação de uma cultura qualificada do voluntariado”.

Apesar de ainda haver “um longo caminho a percorrer” neste campo do voluntariado, Henrique Sim-Sim mostrou-se satisfeito com “a atividade que tem sido desenvolvida pelo Banco”, destacando que, “ao longo destes anos, já encaminhámos para as organizações cerca de seis mil pessoas, o que é um número bastante expressivo”.

Realçou ainda que “trabalhamos com cerca de 60 organizações da nossa comunidade, em áreas tão diversas como a social, cultural, ambiente ou desporto”.

O mesmo coordenador evidenciou que “a FEA tem investido muito na promoção do voluntariado na nossa comunidade”, reiterando que “acreditamos que é importante para transformar a realidade e para criar cidadãos mais participativos e mais ativos para que as coisas possam mudar a longo prazo”.

E são muitos os projetos de voluntariado existentes no nosso território. Exemplo disso foram as diferentes organizações que se juntaram para dar “voz” a este programa de rádio.

A emissão contou com a presença de um conjunto de voluntários que partilharam as suas experiências, motivações e desafios.

O debate teve a participação de Beatriz Castelos (APCE – apoio nos campos de férias), Dora Boieiro (CME – apoio em atividades do Projeto Vjovem), Antonieta Guerreiro (LPCC / Delegação de Évora – atividades de base comunitária), Daniel Badalo (UÉ – apoio em eventos e acolhimento), Catarina Sousa (UPTE / Polo do Bacelo e Senhora da Saúde – coordenação de atividades), Clara Matos (FEA – voluntariado cultural e de proximidade, apoio à comunidade ucraniana), Gertrudes Neves (SCME – apoio na loja solidária) e Maria João Tomé (Café Memória – apoio nas sessões).

Uns mais velhos, outros ainda bastante jovens; uns voluntários há mais de 25 anos, outros com projetos mais recentes; todos foram falando do trabalho que realizam em cada instituição, mas também da sua experiência, prevalecendo a ideia de que “quem experimentou já não pensa deixar o voluntariado”.

É difícil reproduzir nesta página cerca de 60 minutos de conversa, mas deixamos algumas ideias que foram transmitidas.

Beatriz Castelos disse que “é mesmo gratificante e percebemos que deixamos marca nas pessoas; vão fazer voluntariado, nem que seja só uma vez, porque vale sempre a pena”.

Já Dora Boieiro admitiu que “ficamos muito bem com o apoio que damos às outras pessoas e vamos aprendendo onde é que conseguimos ajudar melhor”.

Antonieta Guerreiro confidenciou que “tornei-me melhor pessoa desde que faço voluntariado na Liga”, lembrando que “não ter tempo é um pouco uma desculpa, se quisermos temos sempre tempo para dedicar aos outros”.

Por sua vez, Daniel Badalo assumiu que, “inicialmente, não estava nos planos inscrever-me no voluntariado, mas fez uma grande diferença na minha vida, é uma fase de autoconhecimento e de evolução”.

Catarina Sousa destacou “o sentido de partilha e de ajuda aos outros”, referindo que “é uma experiência que me torna mais rica, colhemos mais do que aquilo que semeamos”.

Clara Matos falou daquilo “que se aprende e da partilha que existe”, considerando que “ainda há quem tenha inibição em experimentar, mas, sem dúvida, que as instituições funcionam melhor com voluntários”.

Para Gertrudes Neves, “são momentos que valem a pena, sobretudo quando percebemos que fizemos a diferença na vida de alguém”.

Por fim, Maria João Tomé assumiu que “o voluntariado faz parte da minha vida”, sublinhando que “não fazemos voluntariado porque temos tempo livre, decido é que uma parte do meu tempo é para o voluntariado”.

Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS

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