A 1 de novembro de 1559 era fundada em Évora a Universidade Jesuíta. Essa data continua a ser comemorada nos dias de hoje pela atual Universidade de Évora (UÉ), com uma sessão solene, que visa também assinalar o início do ano letivo.
Nesta quarta-feira, essa efeméride voltou a ser celebrada com uma cerimónia que teve início com uma missa celebrada pelo arcebispo de Évora, D. Francisco Senra Coelho.

Seguiu-se o cortejo académico, que antecedeu a intervenção da reitora da UÉ, Hermínia Vasconcelos Vilar. De salientar também os já habituais discursos de outros representantes da academia alentejana.
Outros momentos marcantes foram a imposição das insígnias doutorais aos mais recentes doutores, a atribuição de títulos de Professor Emérito e a entrega de distinções a estudantes e antigos estudantes, nomeadamente do Prémio Carreira Alumni, cuja vencedora foi Maria Margarida Junça, alumna da licenciatura em Educação de Infância.
Ao longo do dia, decorreram várias atuações musicais, além de ter sido lançada “A Magazine, uma revista online e impressa sobre Arte, Cultura, Património, Lifestyle, Turismo e Design”, adiantou a UÉ.

À margem da cerimónia, a reitora da UÉ destacou, em declarações aos jornalistas, os desafios para o futuro, nomeadamente a ideia de ser pensada a criação de um campus.
“Na minha intervenção, procurei fazer um balanço muito breve daquilo que tem sido este ano e meio de mandato, mas sobretudo falei dos desafios futuros”, resumiu Hermínia Vasconcelos Vilar.
Nesse âmbito, realçou “o desafio de aumentar a oferta do alojamento escolar, que é realmente muito importante, de forma a darmos condições aos nossos estudantes”.
A par desse, a reitora salientou “o desafio de pensar um pouco num campus, sem pôr em causa a ligação da universidade à cidade”, reiterando que “é muito importante que a universidade esteja no centro histórico da cidade, mas acompanhando a revisão do plano de urbanização se calhar é possível identificar eixos até de alguma consolidação da universidade”.
A esse respeito, adiantou que “estamos a ver se é possível e estamos a desenvolver esforços no sentido de construir a Escola de Saúde junto ao novo hospital”.

Por outro lado, focou que, “não saindo do centro histórico, talvez seja possível pensar em alguns eixos e fazer alguma consolidação no futuro próximo, não é no imediato, mas pelo menos traçar planos para o médio prazo para que haja aqui algum reposicionamento da universidade em alguns espaços”, não avançando para já “com mais pormenores”.
Hermínia Vasconcelos Vilar evidenciou ainda “o desafio do rejuvenescimento do corpo docente e não docente”, comentando que “todas as instituições estão a passar por isso, ou seja, a necessidade de substituir toda uma geração que entrou nos anos 80 e está a sair”.
Por último, deixou “o desafio de cada vez mais nos ligarmos ao território, quer nacional, quer internacional”, apontando a importância de “consolidar a nossa investigação, que queremos que seja cada vez mais reconhecida nacional e internacionalmente”.
A reitora acrescentou também “a ligação com os municípios, as empresas e as instituições, no sentido da universidade ser uma referência para o território e também uma referência nacional e internacional nas áreas que nós consideramos de crescimento estratégico”.
Segundo Hermínia Vasconcelos Vilar, “como este ano comemoramos 50 anos da fundação do Instituto Universitário de Évora, é também o momento para pensar o futuro”,
Reforçou que “também é para pensar e nos congratularmos com o caminho feito, e acho que temos razões para isso, mas agora há que projetar cada vez mais a universidade para o seu futuro”.
Prémio Carreira Alumni entregue a Maria Margarida Junça
Em 2023, o Prémio Carreira Alumni foi entregue a Maria Margarida Cardoso Galvão Junça, alumna da Licenciatura em Educação de Infância.
O seu percurso tem sido feito, sobretudo, como contadora de histórias. De acordo com a UÉ, Bru Junça, como também é conhecida, “ganhou reconhecimento no meio de bibliotecários, mediadores de leitura, autores, ilustradores e editores, mas também por docentes da área da Língua Portuguesa, da Literatura e da Leitura Literária”.
A mesma fonte recordou ainda que “o Prémio Carreira Alumni visa reconhecer um diplomado/a que se tenha destacado pela sua carreira profissional e cívica e que, sendo uma referência para os seus pares e para a sociedade, contribua para a consolidação da imagem da UÉ enquanto instituição de ensino de referência”.

À margem da entrega do galardão, Bru Junça confessou que “ao início foi uma grande surpresa receber este prémio porque não estava à espera que viesse para a área da Educação de Infância e para um ofício tão peculiar como é o contar histórias e ler histórias”.
Confessou que “fiquei imensamente feliz por ganhar um prémio, que é sempre bom, mas principalmente por ser para a área que é”, reforçando que “contar histórias, ler histórias é uma coisa tão pouco conhecida e deixa-me muito feliz que seja para este trabalho de formiga, tão invisível, que é aquilo que eu faço todos os dias”.
A galardoada frisou ainda que “ser contador de histórias é muitas vezes visto como uma coisa para crianças, uma coisa menor, mas não é de todo isso”, lembrando que “os contos tradicionais existem desde que o mundo é mundo e continuam a existir, além de, hoje em dia, os livros para a infância serem cada vez melhores”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS