Foram 1645 jovens da Arquidiocese de Évora que se inscreveram oficialmente na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) deste ano, que decorreu em Lisboa entre 1 e 6 de agosto.
A presença do Papa Francisco foi um dos momentos altos deste evento religioso e cultural, que contou com a presença de cerca de 1,5 milhões de peregrinos.
Foi nesta ocasião que o Papa anunciou que Seul (Coreia da Sul) vai acolher a próxima JMJ, em 2027. Aproveitou ainda para convidar os jovens para participarem na comemoração do Jubileu, que vai decorrer em Roma (Itália), em 2025.
O Diário do Sul esteve à conversa com dois jovens de Évora que participaram nesta JMJ em Lisboa. Partilharam algumas das suas motivações para terem aceitado este desafio, contando ainda os momentos que mais os marcaram.
Diogo Ramos tem 15 anos e anda na catequese desde o seu primeiro ano de escolaridade. Recordou que, “em 2020, tive um catequista novo que veio com a proposta de irmos à JMJ este ano”, explicando que “começámos a ver o que era de facto este evento, revimos imagens das outras edições e começámos a angariar dinheiro para conseguirmos ir”.
O jovem confessou que “o companheirismo que era mostrado nesses vídeos foi o que me motivou a participar, bem como a possibilidade de haver esse contacto com outras pessoas que não conhecíamos”, admitindo que “depois de participar ainda fiquei mais entusiasmado”.
Diogo Ramos esteve na JMJ entre 4 e 6 de agosto, participando em diferentes iniciativas. Apesar de não ter conseguido ver mesmo o Papa Francisco, apenas através dos ecrãs, sublinhou que “foi completamente diferente estar ali e vivenciar esse momento do que estar só em casa a ver na televisão”.
Na sua opinião, “estar ali a ouvir o Papa foi uma experiência única, o que ele diz são coisas muito reais e são valores que já partilho”, confidenciando que “senti uma grande paz de espírito e sinto que vim uma pessoa melhor”.
Tendo sido esta a primeira vez que participou numa JMJ, expressou vontade de repetir a experiência. “Gostava de ir a Seul, mas é preciso juntar dinheiro e é muito longe”, referiu o jovem, realçando que “também gostava de ir ao Jubileu de Roma, em 2025, que é mais perto”. Não obstante, “mesmo que não seja em 2027, gostava de ir novamente a outra JMJ”, reforçou.
Diogo Ramos deixou ainda “um agradecimento a todos os catequistas que me acompanharam neste projeto da JMJ, em especial às que me acompanharam desde o meu primeiro ano de catequese, a D. Umbelina e a D. Alcina”.
A par disso, quis também partilhar uma mensagem para outros jovens. “Eu tinha algum receio de ir porque era muita gente e muita confusão, mas, depois de lá estar e de vivenciar esses dias, acabei por gostar muito”.
Joana Oliveira, também com 15 anos, foi uma das companheiras de viagem nesta aventura. A vontade de ver o Papa Francisco foi mesmo o motivo que “falou mais alto” para ir pela primeira vez a uma JMJ, mas a experiência de vivenciar estes dias também teve um peso semelhante.
“Aceitei este desafio porque achava a JMJ um evento interessante e queria participar, mas também porque gostava de ir ver o Papa”, destacou, lembrando que “quando nos fizeram essa proposta ouvimos alguns testemunhos de pessoas que participaram nas edições anteriores”.
Desta sua experiência, a jovem comentou que “o sítio onde estávamos ficava bastante longe do palco e só conseguimos ver o Papa através dos ecrãs gigantes”, apontando ainda que “ele até passou perto do nosso setor, mas como era uma área bastante grande não chegámos a vê-lo, mas houve pessoas deste setor que o viram”.
Para Joana Oliveira, “estar no mesmo local que o Papa e estar com pessoas de outras culturas completamente diferentes foi bastante interessante”, afirmando que “as mensagens do Papa também me tocaram bastante”.
Na sua perspetiva, “valeu muito a pena ir, mesmo sem conseguir estar com o Papa, porque estamos com outros jovens e é uma experiência única”, evidenciando que “é bastante diferente estar rodeada de jovens a ver o Papa num ecrã gigante do que fazê-lo em casa, sentada num sofá”.
Também esta jovem já pensa na JMJ de 2027, mas, mais uma vez, a distância acaba por limitar um pouco este sonho. Joana Oliveira não põe de parte a possibilidade de participar numa outra edição, comentando ainda que “também gostava de ir ao Jubileu em Roma, em 2025, embora seja em época de aulas”.
Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: Cedidas pelos entrevistados