No passado dia 7, a Moody’s (uma das três maiores agências de notação financeira)
baixou o rating de 10 bancos norte-americanos de pequena e média dimensão. Ao
mesmo tempo, colocou seis outros grandes bancos (entre eles o U. S. Bancorp e o Bank
of New York Mellon) na lista de observação para eventual baixa do risco de crédito, e
mais 11 bancos com perspetivas negativas.
O relatório da Moody’s salientou que o setor bancário dos EUA está a enfrentar
“múltiplas pressões”, incluindo pressões financeiras e deficiências regulamentares,
sendo a dificuldade de financiamento o maior problema para a banca norte-americana.
Desde o início deste ano, vários bancos enfrentaram dificuldades de solvência, o que
tem obrigado as entidades reguladoras a injetar muito dinheiro para ajudar esses
bancos. O bem informado jornal britânico Financial Times noticiava, no passado dia 7,
que alguns bancos regionais dos Estados Unidos sobrevivem graças a milhares de
milhões de dólares de financimento governamental.
Desde então, para fazer face à inflação, a Reserva Federal continuou a aumentar as taxas
de juro, o que resultou na desvalorização das obrigações dos Estados Unidos e de outros
ativos detidos pelos bancos, sentindo-se uma enorme pressão na atividade bancária.
Esta vulnerabilidade do setor bancário norte-americano, é uma consequência da
mudança brusca da política económica dos Estados Unidos e da tendência para “assumir
riscos”. Durante muito tempo, os políticos americanos tenderam a aumentar as despesas
e a adotar políticas fiscais e monetárias expansionistas, para atrair os eleitores.
Por influência dos interesses partidários e do lobby dos bancos de pequena e média
dimensão, os EUA introduziram, em 2018, um projeto de lei que aumentou de 50 mil
milhões de dólares para 250 mil milhões de dólares, o limiar de ativos dos bancos
regionais sujeitos a “escrutínio rigoroso”. Isto fez com que 25 bancos norte-americanos
deixassem de estar sujeitos a uma supervisão rigorosa.
Não é coincidência que, em apenas alguns dias, duas das maiores agências
internacionais de notação (a Fitch e a Moody’s) tenham baixado o rating dos Estados
Unidos de AAA para AA+.
Alguns analistas referem que estes factos são um aviso e uma crítica à governação dos
politicos norte-americanos, que se têm preocupado mais em garantir votos do que em
arranjar soluções para os problemas.
E alertam que quando esta crise bancária se refletir na economia real, isso afetará não
só a economia norte-americana, mas poderá mesmo prejudicar a recuperação económica
mundial.

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