Ana Moura levou a “Casa Guilhermina” até Évora, encerrando assim a edição deste ano do EALive. O festival voltou a decorrer na Quinta de Valbom, onde se encontra o Enoturismo da Adega Cartuxa, repartido por dois fins de semana (14, 15, 21 e 22 de julho).

No último dia, o espetáculo de Ana Moura, que juntou várias sonoridades, do fado aos ritmos africanos, fez o público deixar as cadeiras, aceitando o convite da artista para dançar. “Desfado”, “Andorinhas”, “Agarra em Mim” ou “Mázia” foram algumas das músicas que aqueceram a noite.

No final, a fadista, que já conta com cerca de 20 anos de carreira, contou à comunicação social como foi transportar a sua “Casa Guilhermina” até ao EALive Évora.

“Ao longo do concerto, eu vou-me sentando nas várias divisões da casa”, brincou Ana Moura, exemplificando que “eu convido as pessoas a sentarem-se comigo na sala nos ambientes mais festivos”.

Confidenciou ainda que “este disco reflete mesmo aquilo que a minha casa é e aquilo que eu sou”.

A fadista confessou que “senti-me muito bem neste festival, que acontece num lugar acolhedor e mais intimista”, realçando que, “quando convidei as pessoas a levantarem-se para dançar, elas acederam de imediato e foi muito bonito”.

Disse ainda que “foi um concerto que nos deu tanto gozo”, considerando que “o segredo é sermos felizes e sermos livres naquilo que fazemos e é isso que tenho sentido nos últimos tempos em palco”.

Ana Moura reforçou que “sinto-me tão feliz com aquilo que estou a fazer musicalmente e acho que as pessoas sentem isso e sentem-se parte desta celebração”, focando que “convido-as a entrarem na minha casa, elas passam por todas as divisões e sentem-se parte dela”.

Entre os músicos e os bailarinos que acompanharam Ana Moura até Évora, de salientar a presença de Bruno Chaveiro, na guitarra portuguesa, que tem uma forte ligação a esta cidade.

“Aqui, sinto-me em casa porque sou de Montemor-o-Novo, mas durante muito tempo trabalhei em Évora em casas de fado, por isso esta terra está muito ligada ao meu início na música”, revelou Bruno Chaveiro.

Na sua opinião, “vir cá é sempre incrível, mas com a Ana Moura é extraordinário”, assumindo que, “se no início, há dez ou 15 anos, pensasse que voltava a Évora com ela, isso ia parecer completamente surreal na altura”, mostrando-se “muito feliz” com este concerto.

Para o guitarrista, “o espetáculo correu muito bem, o ambiente é incrível e o sítio é top”, constatando ainda que “o público surpreendeu-me muito, porque aqui no Alentejo somos sempre um pouco mais comedidos, mas realmente as pessoas estiveram em pé e a dançar”.

Quanto a este último dia do EALive Évora, destacar ainda que a noite começou com a atuação de Callaz, no Palco Esperança. Para encerrar, a EALive Party esteve a cargo do DJ Nuno Luz, da Rádio Comercial.

Texto: Marina Pardal
Fotos: Vítor Godinho