Desde 1999, que a Escola Básica da Cruz da Picada, de Évora, integra o programa internacional MUS-E, que a nível do nosso país é promovido pela Associação Yehudi Menuhin Portugal (AYMP).

Incluir diferentes formas de arte no ensino das aprendizagens é um dos objetivos deste projeto, que conta com a colaboração de artistas de várias áreas.

No dia 26 de maio, esta escola eborense acolheu um encontro realizado no âmbito do MUS.E, integrado no projeto Erasmus+ EducArte, com cerca de 60 participantes.

Em declarações ao Diário do Sul, Leonor Cambournac, coordenadora nacional do MUS.E, explicou que “este é um programa que se desenvolve em Portugal desde 1996, tendo começado com as suas atividades há 30 anos, na Suíça, através da Fundação Yehudi Menuhin Internacional (IYMF), que tem sede em Bruxelas”.

Acrescentou que “o projeto está em Évora desde 1999, mais concretamente na Escola Básica da Cruz da Picada”.

A mesma responsável adiantou que, “este ano, o projeto também está a ser desenvolvido na Escola Básica Manuel Ferreira Patrício, com a turma que saiu da Escola da Cruz da Picada no passado ano letivo”.

Já a nível nacional, revelou que “o MUS.E é desenvolvido em dez escolas, localizadas em Évora, Lisboa, Oeiras, Leiria e Caminha”, focando que “este programa está dentro de uma rede internacional de 12 países (dez europeus, mais o Brasil e Israel)”.

De acordo com Leonor Cambournac, “este encontro realizado em Évora esteve enquadrado no projeto Erasmus+ EducArte, que tem seis países da rede MUS.E envolvidos, nomeadamente Portugal, Espanha, Hungria, Bélgica, Itália e Suíça, terminando o projeto a 31 de maio”.

Esclareceu ainda que “o nosso projeto foi sobre a identidade europeia e a inclusão e cada país desenvolveu na sua cidade o programa EducArte”, referindo que “fomos tendo encontros durante os dois anos do projeto”.

A mesma coordenadora realçou que “este foi o último encontro e consistiu num intercâmbio para partilhar experiências e atividades, com a presença dos artistas e dos professores dos vários países que participaram”.

Neste mesmo dia, “decorreu também em Évora uma mesa redonda sobre o poder da educação artística para a inclusão social, organizado pela International Yehudi Menuhin Foundation e pela AYMP para o projeto Erasmus ARTEFORA 2023, com a participação de membros nacionais da fundação (Guilherme d’Oliveira Martins, presidente da Direção da AYMP, ou Eduardo Marçal Grilo, presidente da Assembleia Geral da AYMP), mas também internacionais (Marianne Poncelet, vice-presidente executiva da IYMF, ou Werner Schmitt, vice-presidente da IYMF)”, destacou Leonor Cambournac, mencionando ainda a presença das “entidades colaboradoras dos projetos, nomeadamente a Câmara de Évora e a Universidade de Évora”.

Para a professora Maria João Trouxa, que é também a coordenadora da Escola da Cruz da Picada, “o MUS.E veio facilitar algumas questões que temos aqui, como o absentismo escolar ou a integração de meninos de etnia cigana ou de outras nacionalidades que frequentam esta escola”, considerando que “com estas atividades tentamos motivá-los a virem às aulas”.

Salientou também que “incide principalmente na presença de artistas que vêm trabalhar com os alunos durante o tempo letivo e é articulado com as aprendizagens que são ensinadas”, reiterando que “não é uma atividade extracurricular e os próprios professores participam nas atividades”.

No caso desta escola, a mesma professora revelou as atividades que são desenvolvidas. “Temos dança com a Ana Silvestre, expressão dramática e musical com a Gheysla Nascimento e o Caio Priori Santos e ainda apoio à literatura com a Bru Junça”, evidenciou, apontando ainda que “o quarto ano tem um Coro MUS.E”.

Texto: Redação DS / Marina Pardal
Fotos: DS

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