No 4º dia do Festival Imaterial, organizado pela Câmara Municipal de Évora e Fundação Inatel, o final da tarde aconteceu no Auditório Soror Mariano com  a apresentação de La Tumba Mambi, um documentário que foi recentemente galardoado com o prémio de Melhor Documentário Musical pelo Royal Anthropological Institute, do Reino Unido.

À noite, a cultura da Geórgia invadiu o Teatro Garcia de Resende, e os Iberi Chori deixaram as centenas de pessoas presentes verdadeiramente entusiasmadas com uma atuação genuína e que transportou o público numa verdadeira viagem até a um país, que se localiza na interseção da Europa com a Ásia e que apresenta uma cultura peculiar, sendo o único estado no mundo a ter a língua georgiana como oficial.

Hoje, o Festival Imaterial tem início às 18h00 no Auditório Soror Mariano com a apresentação do filme Dance My Daughter/Dança Minha Filha, de Karen Boswall de Givandás, que apresenta uma perspetiva feminina sobre o lento progresso de Moçambique no sentido do reconhecimento dos direitos humanos das mulheres e meninas em todo o país. Aqui, onde as vozes das mulheres e das meninas muitas vezes não são ouvidas, sem uma linguagem comum, o canto e a dança funcionam como veículos de protesto e de provocação, de lamento e de celebração.

A partir das 21h00, no Teatro Garcia Resende a viagem é até ao continente africano. Começamos por viajar até ao Burkina Faso com Kaito Winse. Winse parece necessitar da variedade de sons que busca ao seu redor para criar uma paleta musical à altura da sua voz extraordinária, veículo de uma inspiradora riqueza poética e de uma filigrana na qual é possível escutar uma qualidade quase operática.

Segue-se depois uma viagem até ao Mali, com O Trio da Kali. O mundo despertou para a música encantatória do maliano Trio Da Kali quando, em 2017, o grupo lançou em disco a sua colaboração com o excelente Kronos Quartet. Ladilikan, o álbum criado em conjunto, havia de figurar nas escolhas de melhores do ano de publicações como The Guardian, Songlines, Folk Roots ou Uncut, num elogio consensual à música de um colectivo vindo da cultura mandinga do sul do país, e de uma longa linhagem de griots. Comprometidos com a missão de resgatar reportórios esquecidos e técnicas griots de execução instrumental à beira da extinção, os dois músicos Fodé Lassana Diabaté (membro da Symmetric Orchestra de Toumani Diabaté, balafon) e Mamadou Kouyaté (ngoni baixo), e a cantora Hawa Kassé Mady Diabaté são velhos conhecidos que o destino tardou em juntar. Mas a música que erguem a partir dos seus recursos reduzidos à essência é uma bela, subtil e pungente recriação de um legado narrativo pré-colonial. Como se o regresso ao passado fosse o único destino possível para o futuro.

INFORMAÇÕES SOBRE A BILHETEIRA

ENTRADA LIVRE. Reservas na BOL bilheteira online ou através do telefone 266 703 112/Teatro Garcia de Resende, de segunda a sexta 9h30 – 12h30 / 14h00 – 17h30. As reservas são limitadas a 4 bilhetes máximo por pessoa, e são válidas até 30 minutos antes do espetáculo, após essa hora os bilhetes de reservas serão libertados para público no local, não sendo garantidas excepções a nenhuma reserva.

Fonte: Nota de Imprensa / Câmara Municipal de Évora

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