O Grupo Pro-Évora mostrou-se preocupado com a destruição de património arqueológico por práticas agrícolas, estando, neste caso, em causa a Anta da Herdade do Vale da Moura 1, em Torre de Coelheiros.

Em comunicado, o grupo assumiu a sua preocupação com “a recente destruição da Anta da Herdade do Vale da Moura 1, em Torre de Coelheiros, no âmbito de movimentações de solos ocorridas para plantação de amendoal em regime intensivo”.

Segundo a mesma nota informativa, “a destruição deste património arqueológico, de finais do período Neolítico ou do Calcolítico, ocorreu neste verão”.

Denunciou ainda que essa situação aconteceu “apesar de os responsáveis pela plantação naquela propriedade (arrendada) estarem informados da sua existência”, constatando que “o caso foi objeto de uma queixa-crime apresentada pela Direção Regional de Cultura do Alentejo ao Ministério Púbico de Évora”.

Segundo o Grupo Pró-Évora, “o monumento megalítico funerário agora destruído consta do Inventário Arquitetónico e Arqueológico do Plano Diretor Municipal (PDM) de Évora, sendo considerado de reconhecido valor ‘a classificar’”.

Recordou também que, “no início de 2019, o Grupo Pro-Évora promoveu diversas conversas públicas sobre questões ligadas ao domínio da Arqueologia e alertou para o grande número de destruições ou afetações de património arqueológico, provocadas por revolvimentos de solos de grande profundidade e extensão, associados ao incremento de culturas intensivas”.

Na altura, o mesmo grupo focou ainda que “a dimensão deste problema é tão grande e tão grave quanto é o tradicional distanciamento existente entre os mecanismos de defesa do património e a atividade agrícola, para a qual não existem mecanismos de controlo prévio”.

Considerou também que “os próprios regimes de proteção previstos nos PDM carecem de maior agilidade e de colocação em prática”.

De acordo com a Direção do Pró-Évora, “o acréscimo de atividade agrícola, propiciado pela barragem do Alqueva e pelo alargamento do seu perímetro de rega, não pode ocorrer sacrificando recursos naturais ou patrimoniais não renováveis”.

Nesse sentido, apelou “ao reforço do controlo administrativo por parte do Estado, em particular do Ministério da Cultura, mas também do Município de Évora, de forma a evitar novas ocorrências”.

Autor: Redação DS / Marina Pardal

Foto: Grupo Pró-Évora

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