O encaminhamento de um idoso para o Hospital do Espírito Santo de Évora que testou positivo à COVID-19 fez disparar os alarmes no concelho de Évora. O utente do lar ilegal situado numa freguesia rural foi transportado na quinta-feira, tendo na madrugada sido conhecido o resultado. Face a isso, foram realizados testes aos restantes utentes e a todos os funcionários do lar que testaram, na maioria, positivo. Ao todo são 39 pessoas.
Em declarações ao “Diário do Sul”, o presidente da Câmara Municipal de Évora explicou que foi já ativado o Plano Municipal de Emergência durante a reunião da Subcomissão de Saúde da Proteção Civil Municipal, realizada na manhã de hoje, estando agora as autoridades a avaliar a situação clínica dos idosos.
O presidente da Câmara afirmou que a avaliação do estado de saúde dos utentes está a ser feita por médicos do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alentejo Central, uma vez que “nalguns casos não havia história clínica”.
Em simultâneo, a hipótese de evacuação do espaço está em cima da mesa, podendo os utentes ser transferidos para um outro local. Carlos Pinto Sá avançou que “há vários espaços a serem avaliados”, embora o mais provável seja a escolha por uma residência da Universidade de Évora.
Embora os funcionários do lar se mantenham no local, cuidando dos idosos, “uma vez que os sintomas são ligeiros”, o autarca avançou que “a Segurança Social acionou um protocolo com a Cruz Vermelha para tentar suprimir as necessidades de pessoal cuidador dos utentes”.
O representante do município de Évora considerou que “a situação é preocupante”, afirmando que as várias entidades vão durante todo o dia de hoje ver a evolução da situação porque, adiantou, “podemos ter que, em última instância, recorrer a situações mais complexas, nomeadamente às Forças Armadas”.
O edil garantiu ainda que a Autoridade de Saúde Pública está a fazer o acompanhamento de todos os contactos que existiram com os infetados e que, em breve, provavelmente, para os próximos dias podem vir a ser realizadas dezenas ou centenas de testes.
Carlos Pinto Sá mostrou-se preocupado, tendo em conta que é a primeira vez que o concelho se depara com um surto da doença COVID-19, dizendo aguardar que “não haja contágio comunitário. Neste momento, não temos indicações disso, mas é um risco real face à situação que vivemos”.
Autor: Maria Antónia Zacarias