O percurso do eborense Óscar Tojo no mundo do futebol tem sido trilhado em território nacional, mas também além-fronteiras.

Com mestrado em Treino de Alto Rendimento, pela Faculdade de Motricidade Humana – Universidade Técnica de Lisboa, este treinador já esteve ligado ao futebol profissional português, em clubes como o União de Leiria ou o Nacional da Madeira, mas também no México (Santos Laguna e Cruz Azul) e no Peru.

Agora, embarcou num novo projeto e integra a equipa técnica do Al Shabab FC, da Arábia Saudita. Óscar Tojo ocupa o cargo de metodólogo do treino, fazendo mais uma vez parte da equipa técnica de Pedro Caixinha, o treinador principal.

Em entrevista ao Grupo Diário do Sul, Óscar Tojo recordou que “saímos da última experiência no Cruz Azul do México em setembro de 2019”, apontando que, “desde aí até março, tivemos diversas oportunidades de poder abraçar outros projetos, mas tivemos sempre uma vertente mais desportiva e decidimos esperar até maio, altura em que teoricamente os campeonatos iam terminar e novos mercados se podiam abrir”.

No entanto, sublinhou que, “de uma forma inesperada, fomos todos confrontados com a pandemia e, nesse sentido, pareceu-nos que aceitar esta oportunidade do Al Shabab seria uma boa opção para regressar ao ativo”.

Em relação ao Al Shabab FC, Óscar Tojo realçou que “é o clube mais antigo da Arábia Saudita” (fundado em 1947), focando que, “neste momento, não tem a grandeza dos dois clubes mais conhecidos, o Al Nassr FC (treinado por Rui Vitória) e o Al Hilal (ex-clube de Jorge Jesus), mas aparece imediatamente a seguir”.

O treinador eborense revelou ainda que “o projeto que aceitámos é de três anos”, reiterando que “o clube tem como finalidade reestruturar-se desportivamente para se aproximar destes dois clubes que referi”.

Como tal, “escolheu o mister Pedro Caixinha e a sua equipa técnica para desenvolver este trabalho transversal”, frisou.

Óscar Tojo assumiu que “este é claramente um grande desafio para mim, por diversos motivos”.

Acrescentou que “considero-me e gosto da expressão ‘cidadão do mundo’, por isso, vejo-me a treinar em qualquer parte, com o objetivo de me desenvolver como treinador e como pessoa, olhando sempre como um momento ótimo de aprendizagem”.

Para este eborense, “é fundamental conhecer ao máximo os costumes e a cultura de cada país”, exemplificando que “foi assim no México e gostava também de o fazer na Arábia Saudita”.

Reforçou que, “neste caso, pela particularidade de ser a primeira vez a trabalhar num país árabe e tudo o que está relacionado com os seus costumes e religião”.

A par disso, Óscar Tojo confessou que “desportivamente também me atrai e será um grande desafio em termos metodológicos pelas altas temperaturas e contexto em que estamos inseridos, bem como pela língua que será uma barreira que rapidamente vou tentar ultrapassar”.

Quanto a receios, também existem alguns. “Os receios são mais familiares”, admitiu, mencionando questões como “a adaptação da família, pois, numa primeira fase, a minha esposa e os meus filhos vão estar a viver longe de mim e depois como se vão adaptar a um país diferente”.

O treinador recordou que “no México, familiarmente, tivemos uma experiência fantástica e gostava que se voltasse a repetir”.

Além disso, e como é natural, mantém-se a questão “de que quais os impactos que continuaremos a ter devido à pandemia e como isto poderá afetar o fenómeno do futebol em todo o mundo”, evidenciou.

Óscar Tojo revelou ainda que “irei estar algum tempo sozinho durante este novo projeto, que vai começar no final de agosto”, adiantando que, “nos tempos livres, tenho como desafio pessoal escrever um livro”.

Autor: Redação DS / Marina Pardal

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