PARCERIA: Portugal / Brasil – Cultura em Língua Brasileira

Bens materiais e imateriais do Brasil e o legado de um dos mais importantes designers do Século XX figuram entre temas da programação, entre 17 e 19 de agosto, pelo YouTube da Fundação “A comunidade é a melhor guardiã de seu património.”

Era o que costumava dizer o artista plástico e designer Aloísio Magalhães (1927-1982), reconhecido internacionalmente pelas contribuições para a formatação de políticas públicas de preservação dos bens culturais do Brasil. Natural do Recife, foi pioneiro em uma comunicação visual que prezava, sobretudo, pelo reconhecimento da identidade nacional.

Em reconhecimento aos seus esforços e feitos, será o homenageado na Semana do Património da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), entre os dias 17 e 19 de agosto.

A iniciativa da instituição será transmitida via YouTube pelo canal da instituição e contará com a participação de personalidades, exposições virtuais e lançamentos de livros.

“Parte de seu acervo pode ser encontrado na Fundação, como os estudos que realizou para desenvolver marcas que até hoje povoam o imaginário do país. Temos o orgulho de salvaguardar, dentre tantas, sua última produção: o álbum de litogravuras de Olinda”, destaca o presidente da Fundaj, Antônio Campos.

As paisagens registadas pelo artista fizeram parte do dossier que levou para Paris, em 1982, quando pretendia convencer a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) que a cidade deveria receber o título de Património Cultural da Humanidade. Aloisio nunca voltou. Faleceu em Pádua, na Itália, quando estava sendo empossado presidente da reunião dos Ministros da Cultura dos Países Latinos.

“Mas a sua intenção foi bem-sucedida e Olinda foi reconhecida pelo seu valioso património em pedra e cal, e da cultura de seu povo”, ressalta Campos, que abrirá a programação ao lado da superintendente do Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional (Iphan/PE), Renata Borba, do secretário Estadual de Cultura, Gilberto Freyre Neto, e da gerente-geral de Preservação do Património Cultural da Fundarpe, Célia Campos.

Com o tema Reflexões e práticas em torno do Património, o seminário recebe nomes como Joaquim Falcão, membro da Academia Brasileira de Letras e professor titular da FGV, que era amigo do homenageado; e os designers Gisela Abad e Joaquim Redig, que também conviveram com Aloísio. A historiadora Kátia Bogéa, ex-presidente do Iphan, e Clarice Magalhães, filha do homenageado, também estarão entre os convidados. “Temos de cuidar sempre em fazer o melhor trabalho e oferecer ao público uma programação de alto nível. A seleção de bons nomes e o cuidado com as exposições e os lançamentos de livros são partes disso”, comenta o diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte (Dimeca) da Fundaj, Mario Helio.

Ele acrescenta que vale a pena destacar as três exposições virtuais e a oficina de Cartemas, todas com temáticas sobre Aloísio Magalhães, além dos lançamentos de dois livros pela Editora Massangana.

Um deles, observa o diretor, a publicação Nordeste: identidade comestível, atravessou várias gestões e agora será entregue aos leitores. O outro, Historicismos na arquitetura dos subúrbios recifenses – um recorte da Coleção Ecletismo, cujos originais foram entregues há pouco, será publicado em prazo recorde.

Não por acaso, a programação acontece em meio à celebração do Dia Nacional do Património Histórico (17/08) e do aniversário de nascimento do patrono da Fundaj, o abolicionista Joaquim Nabuco (19/08). Amante das formas e da sua gente Aloísio Barbosa Magalhães ingressou na Faculdade de Direito do Recife, em 1946, onde teve seu primeiro contato com o Teatro do Estudante de Pernambuco e se tornou amigo dos dramaturgos Ariano Suassuna e Hermilo Borba Filho. Conta-se que montou um teatro de bonecos no jardim de casa com calungas vindas da Feira de Caruaru. De lá, lançou-se no mundo. Atuou nas artes plásticas e frequentava o Atelier 17, em Paris, onde também estudou Museologia na Escola do Museu do Louvre. Nos EUA, estudou artes gráficas e programação visual. De volta ao país, nos anos 1960, abriu seu escritório de comunicação visual, explorando a geometria, a tridimensionalidade e o Brasil. Assinou cerca de 70 símbolos empresariais de grande visibilidade entre 1960 e 1975. No mesmo período, foi o pintor premiado e representante brasileiro na Bienal de Veneza. “Trabalhei com Aloísio durante 15 anos. De aprendiz a sócio do seu escritório de design. Ajudei-o a resolver grandes desafios profissionais nesse campo, como o da Petrobrás, da Organização Internacional do Café, da atual União e muitas outros”, recorda o designer e professor de História do Design da PUC-Rio, Joaquim Redig, que participa no debate sobre o homenageado no dia 17, às 14h, ao lado da designer pernambucana Gisela Abad.

Redig conta da surpresa ao constatar, durante a preparação de uma de suas aulas, a incidência dos trabalhos do mestre na lista de obras do Design Brasileiro que tiveram relevância mundial. “Na Petrobrás, Aloisio implantou no Brasil um Programa de Identidade Visual antes da Shell, líder mundial no setor do petróleo e sua maior concorrente, fazer o mesmo na Europa. O papel moeda brasileiro que desenhou, além de transformar o Brasil de importador a exportador de dinheiro impresso, foi considerado o mais avançado de sua época no mundo.”

Foi com o olhar pelos bens culturais, no sentido mais amplo termo, ‘não mais por valores estéticos ou com características eruditas, mas pelo valor que a sociedade atribui aos mesmos’, que Aloísio marcou sua trajetória profissional. Em 1979 foi convidado a dirigir o Iphan.

No ano seguinte, atuou como presidente da Fundação Nacional Pró-Memória, quando iniciou a campanha pela preservação do património histórico brasileiro. “Foi um privilégio acompanhar esse momento de quebra de paradigma do pensamento da cultura e sua preservação por meio do ideário de Aloísio. Ele tratava a tudo como um projeto e tinha um para a cultura.

Para ele um campo permeava outro sem demarcação. Cultura popular, erudita, património de cal e pedra e imaterial tudo se interligava, não havia itens estanques”, observa Gisela, com quem conviveu na Pró-Memória.

Completados 38 anos da sua morte, a influência de Aloísio Magalhães permanece viva e sua produção intacta. O Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira Rodrigo Mello Franco de Andrade (Cehibra), da Fundaj, conserva um acervo de 2.897 registros do designer pernambucano.

São diversos documentos pessoais, como certidões, agendas, condecorações, cartas e telegramas, cartemas, litogravuras, marcas comerciais, dentre outros. “Aloísio nunca trabalhou para a Fundação, mas como tem sua ligação com o Recife, nasceu e se formou na Capital, a viúva Solange Valborg Magalhães quis que o acervo ficasse aqui.

A gente tem uma parte significativa, um dos mais importantes acervos do designer, do documental ao como artista plástico, doado logo após sua morte”, conta Bety Lacerda, coordenadora do Cehibra. Património: de e para todos.

No dia 4 deste mês, o Brasil celebrou 20 anos do Decreto 3.551, que que instituiu uma política para a identificação e fomento ao Património Cultural Imaterial (PCI). Sendo o primeiro país a promover esse reconhecimento, serviu de influência direta para a elaboração da Convenção para a Salvaguarda do PCI, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), instrumento internacional sobre o tema. Para tratar do assunto, o debate ‘Património imaterial – o que é, onde está, para que serve’, com Hermano Guanais e Queiroz, diretor do Departamento do Património Imaterial do Iphan, e a socióloga Maria Cecília Londres Fonseca, autora de O Património em processo (2005).

A historiadora e ex-presidente do Iphan Kátia Bogéa trata da diversidade cultural do Brasil e reflete a globalização, na conferência ‘Ideias e práticas sobre o património em diferentes culturas’.

“É preciso observar que em umas regiões mais que outras, o processo de globalização ao mesmo tempo que cria condição propícia para um diálogo renovado entre as comunidades, gera graves riscos de deterioração, desaparecimento e destruição do património cultural. Especialmente para as minorias étnicas, o património imaterial é uma fonte de identidade e carrega a sua própria história”, alerta. Já a urbanista do Iphan Lia Motta, mestre em Memória Social e especialista em Conservação e Restauração de Sítios e Monumentos, e a museóloga Celia Corsino, professora do MBA de Gestão de Museus da Universidade Cândido Mendes, se encontram no debate ‘Património material e imaterial: passado-presente-futuro’.

“A partir de demandas de intelectuais modernistas, organizados desde os anos 1920, foram valorizados imóveis e sítios urbanos coloniais ou de outras épocas, desde que excecionais ou relacionados a factos memoráveis da história nacional. Com isso foi construída uma determinada memória, sem considerar especificidades culturais dos diferentes grupos no território nacional”, observa Lia Motta.

Por sua vez, Celia Corsino comenta o impacto da tecnologia na preservação dos patrimónios — “permitem por exemplo réplicas dos profetas de Aleijadinho, como o escaneamento e impressão 3D” —, bem como na difusão do acervo documental.

“Além de preservar os originais, essa tecnologia do escaneamento permite que mais pessoas tenham acesso aos acervos documentais”, opina. Em meio ao intenso debate sobre o tombamento do campus Gilberto Freyre, sede da Fundaj, em Casa Forte, no Recife, o historiador e pesquisador da instituição Rodrigo Cantarelli e o professor, arquiteto e historiador José Luiz da Mota Menezes alternam sua fala na conversa ‘Casa Forte, Poço da Panela, o Campus Gilberto Freyre e outros temas sensíveis do património no Recife’.

“Faltam incentivos legais aos proprietários para a manutenção dessas edificações e, também, instrumentos legais que preservem outros patrimónios além dessas edificações”, analisa Cantarelli. Lançamentos Massangana A memória de prédios já extintos e modificados do Recife será eternizado em livro. No dia 18, às 11h30, dentro da programação da Semana do Patrimônio da Fundação Joaquim Nabuco, a Editora Massangana lança o livro Historicismos na arquitetura dos subúrbios recifenses – um recorte da Coleção Ecletismo. A publicação é fruto de uma grande pesquisa, chamada “O Ecletismo na Arquitetura Residencial do Recife (1840-1940)” realizada na década de 1980 pela Fundação. Trabalho que resultou em um rico acervo fotográfico sob a guarda do Cehibra. Produzido pelo historiador Rodrigo Cantarelli, o exemplar reúne imagens deste acervo.

Já no dia 19, às 10h, será a vez de conhecer o homem do Nordeste por meio da sua alimentação. O livro Nordeste: Identidade Comestível resultou de uma pesquisa

do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), sob orientação da antropóloga Ciema Mello, realizada pelo jornalista e antropólogo Bruno Albertim, com fotografias de Emiliano Dantas. Para a pesquisa, foram percorridos 11.560 quilómetros pelos estados da região. Em edição da Editora Massangana, com 500 páginas divididas em dois volumes, o jornalista apresenta narrativas antropológicas sobre a relação da comida com a identidade. Exposições Três exposições virtuais e uma oficina de cartemas serão realizadas dentro da programação da Semana do Património da Fundação, todas com temáticas sobre o designer homenageado. A mostra “Presença de Aloísio – Um artista a serviço do património Cultural” tem curadoria de Henrique Cruz. Será no dia 17, às 12h, e trará a trajetória do designer pernambucano por meio de suas obras presentes nas coleções do acervo do Cehibra.

Neste mesmo dia, às 15h, acontece a oficina “Cartemas, criação e composição”, realizada por Edna Silva, coordenadora de Ações Educativas e Comunitárias, Antônio Carlos Montenegro, coordenador de Exposições e Difusão Cultural e Emerson Pontes, artista plástico e educador, todos do Muhne. Já às 16h, será exibida a mostra “Olinda viaja a Paris – O Álbum Olinda de Litogravuras”, com curadoria de Antônio Carlos Montenegro. No dia 18, às 16h, o coordenador-geral do Muhne, Frederico Almeida, apresentará a exposição “Patrimônio imaterial: a consolidação das referências culturais brasileiras no Nordeste”, de sua autoria. Semana do Património da Fundação Joaquim Nabuco 17 a 19 de 2020 Tema – “Reflexões e práticas em torno do Património”.

Programação 17 de agosto: 10h – Mesa de abertura Célia Campos, gerente-geral de Preservação do Patrimônio Cultural da Fundarpe. Gilberto Freyre Neto, secretário Estadual de Cultura. Renata Borba, superintendente do Iphan/PE Antônio Campos, presidente da Fundaj. 10h25 – A Semana do Patrimônio e a homenagem a Aloisio Magalhães Mario Helio, diretor de Memória, Educação, Cultura e Arte da Fundaj. 10h30 – Diálogo sobre Aloísio Magalhães Joaquim Falcão, membro da Academia Brasileira de Letras e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mestre em Direito pela Universidade Harvard e doutor em Educação pela Universidade de Genebra, dialoga com Mario Helio. 11h15 – “A presença de Aloisio Magalhães no acervo da Fundação Joaquim Nabuco.” Bety Lacerda, coordenadora-geral do Centro de Documentação e de Estudos da História Brasileira Rodrigo Mello Franco (Cehibra), da Fundaj. Clarice Magalhães, produtora cultural e representante da família Aloisio Magalhães.

12h – Exposição virtual “Presença de Aloisio – Um artista a serviço do Patrimônio Cultural .” Curadoria de Henrique Cruz, museólogo da Fundaj e mestre em Museologia

e patrimônio pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio). 14h – “Aloisio Magalhães: Designer.” Gisela Abad, designer, com mestrado pela Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi). Joaquim Redig, designer, com mestrado e doutorado pela Esdi.

15h – Oficina “Cartemas, criação e composição” Edna Silva, coordenadora de Ações Educativas e Comunitária do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), Antônio Carlos Montenegro, coordenador de Exposições e Difusão Cultural do Muhne e Emerson Pontes, artista plástico e educador do Muhne. 16h – Exposição virtual “Olinda viaja a Paris – O Álbum Olinda de Litogravuras”. Curadoria de Antônio Carlos Montenegro, coordenador de Exposições e Difusão Cultural do Muhne.

18 de agosto: 10h – Conferência “Ideias e práticas sobre o património em diferentes culturas.” Kátia Bogéa, especialista em Historiografia Brasileira, ex-presidente do Iphan. 10h30 – Debate “Casa Forte, Poço da Panela, o Campus Gilberto Freyre da Fundação Joaquim Nabuco e outros temas sensíveis do património no Recife.”

Rodrigo Cantarelli, servidor da Fundaj, mestre em Museologia e Património pela Unirio e doutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). José Luiz Mota Menezes, arquiteto, historiador, professor da UFPE e duas vezes presidente do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano.

11h30 – Lançamento do “Catálogo Historicismos na arquitetura dos subúrbios recifenses: um recorte da Coleção Ecletismo.” Rodrigo Cantarelli. Edja Trigueiro, professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), mestra em História pela UFPE e doutora pela Bartlett- UCL, Universidade de Londres.

14h – Debate: “Património imaterial – o que é, onde está, para que serve.” Hermano Guanais e Queiroz, diretor do Departamento do Património Imaterial do Iphan, graduado em Direito pela Universidade Salvado (Unifacs/BA) e mestre em Preservação do Património Cultural pelo Iphan. Maria Cecília Londres Fonseca, licenciada em Letras, mestra em Teoria da Literatura, doutora em Sociologia, coordenadora de projetos na Fundação Nacional Pró-Memória, membro do Grupo de Trabalho do Patrimônio Imaterial, representante do Brasil junto à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na elaboração da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial, Membro do Conselho Consultivo do Património Cultural do Iphan.

15h – Debate: “Património material e imaterial – passado-presente-futuro – como campos de tensão. Lia Motta, arquiteta e urbanista pela UFRJ, especialista em Conservação e Restauração de Sítios e Monumentos pela Universidade Federal da Bahia, mestra em Memória Social pela Unirio e doutora em Urbanismo UFRJ Célia Corsino, museóloga, com especialização em Administração de Projetos Culturais pela FGV e Metodologia do Ensino Superior pelas Faculdades Estácio de Sá. Ex-diretora do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan.

16h – Exposição virtual “Patrimônio imaterial: a consolidação das referências culturais brasileiras no Nordeste.” Curadoria de Frederico Almeida, coordenador-geral do Muhne.

19 de agosto: 10h – Lançamento do livro Nordeste: Identidade Comestível Apresentação por Ciema Silva de Melo, coordenadora da pesquisa que resultou nesse livro, servidora da Fundaj, mestra e doutora em Antropologia pela UFPE. Participação de Laurindo Ferreira, diretor de Redação do Jornal do Commercio – Depoimentos de entrevistados para o livro Mana Asfora, que produz o tradicional bolo de noiva pernambucano. Marieta Santos, de São Cristovão, Sergipe, produz tradicional queijadinha. Dona Gertrudes, de Caicó, Rio Grande do Norte, produtora de queijo.

10h30 – “Etnogastronomia do Nordeste: uma ideia realizada em livro.” Ciema Silva de Melo Bruno Albertim, jornalista, autor da pesquisa/reportagem e do livro Nordeste: Identidade Comestível. Emiliano Dantas, fotógrafo desde 1998, pós-graduado em Antropologia pela UFPE, realizou a fotografia do livro Nordeste: Identidade Comestível. Maria Lectícia Cavalcanti, escritora, imortal da Academia Pernambucana de Letras, pesquisadora gastronômica. Silvana Araújo, servidora da Fundaj, mestra em Gestão Pública para o Desenvolvimento do Nordeste pela UFPE. Elizabeth Mattos, coordenadora de Projetos e Processos da Fundaj.

Fonte: FUNDAJ / Nota de imprensa

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